O deputado Cauê Macris (PSDB) foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo na tarde desta sexta-feira (15) para a nova legislatura. O tucano conseguiu 70 dos 94 votos e mantém o PSDB, que ocupa a presidência desde 2007, no posto por mais dois anos. Os 94 deputados tomara possee nesta sexta.
Ele disputou o comando da Alesp com a deputada Janaína Paschoal (PSL), que teve 16 votos.
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O deputado Daniel José (NOVO) teve quatro votos e a deputada Mônica Seixas, da Bancada Ativista (PSOL), também.
Em 2017, Macris foi eleito com 88 votos. É a segunda vez que um deputado é eleito consecutivamente para a presidência, mas em diferentes legislaturas. O mesmo aconteceu com Barros Munhoz, ex-tucano que migrou para o PSB.
“A disputa eleitoral termina aqui. Independente de ideologias, eu fui eleito para presidir o planalto paulista. somos uma legislatura plural”, disse Macris.
Durante a eleição, houve bate-boca e empurra-empurra entre os deputados. Segundo os parlamentares, o deputado Mamãe Falei tirou o microfone do pedestal quando a Beth Sahão (PT) falava e começou a briga.
“Alguém estava entrando para falar, o Mamãe Falei (DEM) arrancou da mão, eu arranquei da mão dele, e falei: o que é isso”, disse Sahão.
Os deputados do PT Ênio Tatto e Emídio de Souza falaram que estavam votando em Macris contra o “ódio” e a “imbecilidade” nojenta. Já a deputada Janaína Paschoal falou que “não tem preço ver o PT brigando pelo PSDB”.
Macris tem 35 anos e se reelegeu deputado com 114.690 votos. Antes de assumir a presidência do último biênio, foi relator do orçamento do governo do estado nos exercícios de 2013 e 2014. É filho do deputado federal tucano Vanderlei Macris.
Como presidente da Alesp, lançou o aplicativo Fiscaliza Cidadão, que traz informações sobre o gasto mensal de cada deputado. A plataforma, porém, não tem informações sobre a presença dos parlamentares nas sessões plenárias ou o histórico de proposições.
Também deixa de fora dados importantes, como custos administrativos das secretarias e até da presidência. E não há nenhuma menção sobre os parlamentares que estão sendo investigados ou se foram condenados pela Justiça.
Denúncias
O PSL, partido de Janaína Paschoal, que disputou a presidência com Macris, acusa o deputado de irregularidades nas contas da campanha.
Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, o posto de gasolina do qual o deputado é sócio quitou dívida de imóvel de luxo após campanha eleitoral. A empresa teria sido usada para compensar R$ 881 mil em cheques das campanhas de Cauê Macris e de seu pai, o deputado federal Vanderlei Macris.
Em 2017, Macris foi acusado de utilizar verba de gabinete para bancar apartamento a seus assessores desde 2011. À época, ele teria gasto mais de R$ 174 mil. A prática é proibida.
Na ocasião, a assessoria do deputado alegou que usava o apartamento para alojar assessores que moram no interior do estado, e que não via irregularidade.