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sexta-feira, 24 janeiro, 2025

O tamanho da crise que Ivo Santos enfrenta

Além de financeira, a crise moral é o principal motivo das pressões enfrentadas pelo Prefeito

O prefeito de Adamantina Ivo Santos (PSDB) enfrenta sua pior crise desde quando assumiu o governo em 2013. Além de financeira, a crise moral é o principal motivo das pressões que Ivo enfrenta na administração.

O ápice da crise aconteceu no dia 25 de junho, quando promotores e oficiais de Justiça estiveram no Paço Municipal recolhendo documentos oficiais – relacionados a precatórios – para uma investigação que corre sob segredo de Justiça. A Administração Municipal confirma a existência da investigação, mas o prefeito afirma que não há nada a temer. Mas as especulações que circulam na cidade são de que o motivo da investigação é sim grave.

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Para se ter uma ideia da gravidade da situação, uma semana após o MP efetuar a coleta dos documentos no Paço Municipal o secretário municipal de Finanças, Neivaldo Marcos Dias de Moraes, pediu exoneração do cargo. Na publicação oficial, o secretário alegou motivos particulares.

Sem dinheiro para arcar com o reajuste do funcionalismo público, o Executivo também enfrentou no dia 29 de maio uma manifestação. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais cerca de 300 trabalhadores protestaram contra as decisões da Administração Municipal que implicaram em cortes de benefícios e na garantia de reposição salarial anual, além da reivindicação de correção de 7,7% de inflação acumulada referente ao período entre abril de 2014 e abril de 2015 e de promessas de campanha não cumpridas até o momento. Ao todo, estavam em pauta 13 reivindicações.

Outro problema enfrentado por Ivo é encontrar um lugar para receber a Faculdade de Tecnologia – FATEC, aprovada em 2012 e que até hoje não tem terreno para construção e sua sede provisória. Depois de diversos locais anunciados sem sucesso, nesta semana o Executivo enviou para apreciação da Câmara Municipal projeto de Lei que visa buscar solução definitiva para esta questão. A permuta de um terreno, localizado na avenida Rio Branco, próximo ao Jardim Adamantina destinado à construção da Fatec, que em troca o empresário receberia o Matadouro Municipal com responsabilidade e compromisso de fazê-lo funcionar. Indagações persistem: será que este seria o único ou o melhor caminho?

Os problemas são inúmeros. Desde 2013 quando assumiu o Executivo, Ivo Santos realizou pelo menos 20 trocas no primeiro escalão, com a saída de vários secretários. Apenas 3 das 12 pastas continuam com os mesmos secretários: Assuntos Jurídicos; Planejamento e Desenvolvimento; e de Cultura.

A mais recente troca foi a nomeação do presidente da EMDA (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Adamantina), Reinaldo Turra Júnior como novo secretário municipal de Finanças. Reinaldo, economista, deverá acumular as duas funções até nova decisão do Executivo. O secretário de Administração Paulo Marcos Rodrigues de Souza, cogitado na semana passa para assumir a pasta de finanças no lugar de Neivaldo Marcos Dias de Moraes (que pediu exoneração do cargo após investigação do MP que corre em segredo de Justiça) não assumiu a pasta de finanças, pois pediu afastamento de suas funções por problemas de saúde.

Desde o início do mandato Ivo enfrenta problemas de articulação dentro do próprio Governo, depois do rompimento com o seu principal cabo eleitoral: o vereador Luiz Carlos Galvão. O prefeito está sendo sacrificado politicamente com as críticas ferrenhas de Galvão que hoje se posiciona como principal opositor da Administração.

Polêmicas atrás de polêmicas, promessas e poucas realizações aos olhos da comunidade. O que se ouve pelas ruas da Cidade Joia é que parte dos eleitores que deram 42,64% dos votos à Ivo Santos se dizem duvidosos, apesar de não haver pesquisas oficiais de popularidade. A falta de investimentos e o descumprimento de promessas de campanha são criticados por moradores em conversas pelas ruas da cidade. Basta abordar os moradores para ouvir as críticas.

Neste cenário, as conjunturas atuais apontam para um panorama desafiador. A crise pela qual o prefeito passa ainda não foi contornada. Ivo Santos tem praticamente um ano e meio de mandato para tentar melhorar a aceitação popular de um governo que divide opiniões, frente a uma forte recessão na economia do país. Sem dúvidas, um ano complicado.

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