O constante “cabo de guerra” travado entre os vereadores da Câmara Municipal e o prefeito Ivo Santos, vem causando prejuízos irreparáveis para Adamantina.
O último embate foi na sessão da Câmara de segunda-feira (31), quando o Legislativo rejeitou o Projeto de Lei Complementar Nº 323/15, que autorizaria a Administração Municipal a permutar o matadouro municipal por uma área próxima ao prolongamento da Avenida Rio Branco, visando a construção do prédio da Faculdade de Tecnologia do Estado (FATEC). O vereador Luiz Carlos Galvão foi o único que votou favorável ao pedido do Executivo. Votaram contra: Hélio José dos Santos, Noriko Saito, Fábio Roberto Amadio (Fabião), Aguinaldo Galvão, Rogério César Sacoman (Macarrão), Roberto Honório de Oliveira (Robertinho) e Diniz Parússolo Martins.
Os vereadores criticaram a entrevista concedida pelo prefeito Ivo Santos no rádio, na manhã da última segunda-feira (31), o que foi interpretado como uma ameaça e uma tentativa de colocar a população da cidade contra o Legislativo. “O Legislativo adamantinense jamais votará sob ameaça. Somos livres e responsáveis por nossos votos, e não ficamos à mercê de aliados e movidos por outros interesses, que não sejam os interesses da nossa população”, disse a vereadora Maria de Lourdes Santos Gil, presidente da Câmara.
Pressão da população
Na tentativa de sensibilizar os vereadores para a que votassem contrários ao Projeto de Lei, cerca de 50 pessoas ocuparam o plenário. Muitos deles empunhavam cartazes com os dizeres “Chega de lero-lero. Queremos a FATEC no lugar escolhido e definido em 2012”. Os manifestantes queriam que o poder público considerasse a área definida em 2012 para instalação da FATEC, localizada nas proximidades do Terminal Rodoviário/Jardim Brasil. Nesta área, o prefeito Ivo Santos anunciou que tem interesse em construir um posto de saúde. A decisão do prefeito causou surpresa na cidade. Durante as explicações pessoais dos vereadores, alguns manifestantes se manifestou verbalmente, pela rejeição do projeto de lei. A Polícia Militar também esteve no local.
Permuta
Com a rejeição da Câmara o resultado não foi possível a realização da permuta entre a Prefeitura (que cederia o matadouro municipal) com uma área (próxima ao prolongamento da Avenida Rio Branco) de propriedade do empresário Fábio Albanez, da Rede Sete de Supermercados, correspondente a 3 hectares.
Posição do prefeito
O IMPACTO procurou o prefeito Ivo Santos, solicitando que avaliasse a posição da Câmara Municipal ao rejeitar a proposta que resultaria na viabilização da área escolhida para instalação da FATEC. Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o prefeito disse que a decisão dos vereadores é “um atraso para o município”. A nota ainda diz: “Os vereadores sabem que a instalação, mesmo que provisória da Fatec depende da doação da área para o Centro Paula Souza. Com a negativa da Câmara, este processo demorará ainda mais. A reprovação da permuta impede a geração de 30 a 40 empregos, além do prejuízo causado pela não reativação do Matadouro. Em períodos de crise, como o que estamos vivenciando, todos deveriam estar mais conscientes deste prejuízo”, informa a assessoria. O prefeito encerra afirmando que os vereadores precisam parar de querer ‘fazer política’ e pensar no município. “Isso não é uma queda de braço. Estamos aqui para pensar e planejar uma cidade para o futuro, não apenas para satisfazer as vontades de uns e outros”, conclui.
Indefinição
A situação da FATEC continua indefinida. Basta saber quem vencerá este cabo de guerra.