Polícia finaliza inquérito sobre trote em Adamantina sem indiciar ninguém

Vítimas não conseguiram identificar autor das agressões.

O inquérito policial que investigava a autoria do trote violento que vitimou alunos da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) de Adamantina no início do ano foi finalizado sem indiciar nenhum responsável pelo crime, conforme a delega Patrícia Tranche Vasques, da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM), responsável pelo caso. O documento foi encaminhado para o Fórum da cidade neste mês e aguarda decisão judicial.

Conforme a delegada, quase 50 pessoas foram ouvidas durante as investigações, porém não foi possível indiciar ninguém, pois as vítimas não conseguiram reconhecer o autor de ter praticado a ação. A vítima de maior gravidade foi a estudante de pedagogia Nathália de Souza Santos, de 17 anos, que sofreu queimaduras de terceiro grau nas pernas e no umbigo.

Segundo a delegada, durante os depoimentos outras vítimas que sofreram apenas ferimentos leves foram identificadas e ouvidas pela polícia. “Algumas dessas pessoas até chegaram a reconhecer quem lhes causou o dano, mas nesses casos, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, ninguém foi acusado. Com relação ao caso da Nathália, considerado grave, não houve indiciados, pois realmente ninguém foi reconhecido”, explica a delegada.

Ainda conforme Patrícia, o documento que já está no Fórum de Adamantina aguarda para receber o posicionamento judicial.

O caso
Em 2 de fevereiro, primeiro dia de aula, Nathália estava junto com amigas em frente ao campus universitário da Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), quando rapazes passaram jogando tinta e o líquido que causou os ferimentos.

Além de Nathália, outra estudante, Bruna Massuia Soares, de 23 anos, sofreu queimaduras leves. As duas foram encaminhadas para a Santa Casa do município, onde foi informado que o produto poderia ser “creolina misturada com algum tipo de ácido”.

No mesmo dia, um jovem de Tupã (SP) que também estava no trote teve ferimentos nos olhos, após ser atingido por um líquido, aparentemente creolina com um tipo de ácido. O problema do estudante foi identificado no dia 4 de fevereiro, após consulta médica. Segundo informações da delegada Patrícia Vasques, o rapaz se recuperou das lesões.

A vida continua
Apesar do susto e de ainda ter manchas nas pernas, a estudante Nathália Santos disse que superou o medo e retomou os estudos. “As marcas ainda estão aqui, mas já superei o susto, retomei os estudos no mês de março e agora sigo a vida normalmente”, relatou.

A estudante contou ainda que realmente não conseguiu reconhecer quem jogou os produtos em suas pernas. “Não deu para ver, pois na hora eu não percebi, devido ao grande tumulto no local. Por isso, não consegui ver quem fez isso”, disse.

Nathália ressaltou que agora pretende seguir a vida normalmente e se dedicar aos estudos. “Foi um susto grande, mas agora a vida continua. Quero continuar estudando e ter uma vida tranquila”, finalizou a estudante.

Faculdade

A FAI informou que desenvolve campanhas permanentes de orientação aos alunos veteranos sobre as consequências do trote estudantil, com ênfase na responsabilização disciplinar, civil e criminal.

Além disso, no inicio das aulas são contratados profissionais da área de segurança para garantir que não ocorra trote estudantil nas dependências da faculdade e solicitado auxílio da Policia Militar quanto à manutenção da ordem e da segurança nas imediações da instituição e em locais estratégicos que são definidos pelas autoridades competentes.

Ainda conforme a instituição, os coordenadores de cada curso e professores recebem pessoalmente os alunos ingressantes nos primeiros dias de aula, com o fim de assegurar um ambiente de amizade, congraçamento, respeito e coleguismo por todo o período letivo.

A FAI informou ainda que, caso algum aluno venha a praticar trote, este ficará sujeito às sanções disciplinares aplicáveis ao corpo discente, previstas no regimento da instituição. As demais pessoas devem ser responsabilizadas nos termos da legislação vigente.

Com relação ao caso ocorrido no início do ano, a faculdade informou que, no âmbito institucional, há uma sindicância instaurada e a comissão processante deverá emitir um relatório conclusivo sobre a matéria no aspecto disciplinar discente.

FONTEg1 prudente
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