Em busca de um sonho, André Rodrigues da Silva tenta, pela sétima vez, ingressar na faculdade de Medicina pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ele é um dos 2.200 estudantes, segundo estimativa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que fazem a prova neste final de semana em Adamantina e Osvaldo Cruz.
Como o Enem é a principal porta de entrada de diversas instituições públicas de todo o país, por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), além de ser o pré-requisito para concessão de bolsas de estudo pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos) e financiamento pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), sua importância tem crescido. “Me preparo para o Enem desde meu primeiro ano do Ensino Médio, e a partir de quando comecei a fazer cursinho, se tornou uma das principais provas para ingresso no ensino superior do país, então há seis anos que me preparo visando o Enem e os outros principais vestibulares públicos. Estudo de segunda a sábado, de 10h à 12h por dia. No domingo, dou uma pausa, apenas com poucas leituras”, explica.
Neste ano, são 7,7 milhões de pessoas com diferentes perfis, realidades, sonhos e expectativas fazendo um mesmo exame em todo o país. “Foi necessário abdicar de várias coisas para realizar o sonho de cursar Medicina, como minha vida social, tempo com a minha família e amigos. Não que me isole totalmente, saiu às vezes para distrair, frequento academia, mas não tenho a vida social que tinha antes de começar me dedicar a este sonho. Quem pretende entrar nessa luta por uma vaga em uma boa universidade, principalmente Medicina, terá que largar muitas coisas em prol dos estudos”, afirma Silva, de 23 anos.
Para realizar o sonho, o osvaldocruzense faz curso preparatório em Adamantina, que para ele é importante para sanar dúvidas. “O cursinho é essencial, pois os professores estão à disposição para tirar dúvidas na hora, te dar dicas dos assuntos e de como não cair nas pegadinhas que as provas trazem”.
Pelo nono ano fazendo o Enem, sendo os dois primeiros como treineiro, Silva tem grande expectativa sobre o resultado final. “Espero sempre passar. No ano passado, obtive um ótimo resultado na prova objetiva, acertando 153 das 180 questões, sendo uma motivação, pois houve uma evolução em relação aos anos anteriores. Minha principal dificuldade é na redação, então espero este ano tirar uma nota melhor nesta parte da avaliação para poder ter um aumento nas chances de ingressar na universidade”.
Além do Enem, este ano Silva irá prestar outros nove vestibulares para Medicina.
As provas
No sábado (24), serão realizadas as provas de ciências humanas e ciências da natureza, com duração de 4 horas e 30 minutos. No domingo (25), será a vez de linguagens, matemática e redação, com duração de 5 horas e 30 minutos.
Entre as novidades deste ano está a mudança do horário de início das provas. Para reforçar a segurança, os locais serão fechados às 13h, porém as provas serão entregues somente às 13h30. Durante esses 30 minutos, os detectores de metais poderão ser usados de acordo com a conveniência dos fiscais e os candidatos serão orientados a guardar celulares e demais equipamentos eletrônicos.
“A principal dificuldade da prova é a extensão dela, é uma prova chata, com muitos textos, o que acaba dificultando conseguir fazer a avaliação inteira bem feita no tempo que é estipulado”, afirma Silva.