Professores da escola profº. Durvalino Grion temem o fechamento da unidade na reestruturação escolar proposta pelo Governo do Estado. Apesar de a decisão definitiva ser anunciada apenas em 14 de novembro, entidades que representam o magistério acreditam no fechamento da escola.
A diretora regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) Maria Lícia Ambrósio Orlandi explica que uma situação parecida ocorreu em 1995, quando o governo reestruturou o ensino paulista. “Isto já aconteceu com a ex-secretária Rose Neubauer, causando 20 mil demissões de docentes, deixando professores adidos, desorganizando as famílias dos estudantes, e logo após acontecendo à municipalização do 1º ciclo do ensino fundamental”.
Segundo a representante dos professores, a possibilidade foi cogitada em agosto, mas que a Diretoria de Ensino havia informado que não ocorreria o fechamento. “Se fechada, alunos e funcionários irão para a escola estadual mais próxima, que no caso é muito longe. Os docentes iriam, primeiramente para onde fossem os alunos, mas não sabemos ainda o que acontecerá. Está muito vago”, diz a representante da Apeoesp.
A diretora regional do CPP (Centro do Professorado Paulista) Marlene Esteves Ribeiro, acredita no fechamento da escola Grion. “É uma decisão unilateral, sem consulta aos professores, pais e alunos. Tem que haver uma mobilização no intuito de reverter essa situação”.
Neste sentido, a Apeoesp também se posiciona contra a reestruturação. “Em um primeiro momento tudo é muito lógico e bonito, mas as conseqüências e prejuízos virão depois, quando não há condição de reverter o quadro; inclusive com a possibilidade de municipalização no segundo ciclo do ensino fundamental”, alerta Maria Lídia.
Diretoria de Ensino
Procurada pelo IMPACTO, a diretoria de ensino Vera Lúcia Godoy Cazu informou que, os estudos ainda não terminaram e qualquer posicionamento neste momento seria prematuro. “Informamos que coube a Diretoria Regional de Ensino [DE] realizar estudos de compatibilização de demanda/vagas com vistas a atender a reorganização das escolas em ciclo único. A disponibilização de prédios, se houver, é de competência superior e nada ainda foi definido”.
O supervisor de ensino e vereador Hélio José dos Santos, disse por meio das redes sociais que há proposta formulada que defende a manutenção das três escolas estaduais. “Posso lhe afirmar que a DE apresentou uma proposta que, em nosso humilde entendimento, seria um avanço importante para melhorar o processo ensino aprendizagem nas três escolas estaduais de Adamantina. Independente do resultado final (espero que seja favorável a nossa proposta), a comunidade saberá o que foi feito nesse sentido”.
Prefeitura
O IMPACTO entrou em contato com a Prefeitura de Adamantina, que informou por meio da assessoria que o prefeito Ivo Francisco dos Santos Júnior esteve nesta quinta-feira (15), na Secretaria de Estado da Educação, para ter uma posição sobre se há ou não à possibilidade de fechamento da escola. A assessoria informa que já na próxima semana o prefeito buscará apoio de deputados para reverter à situação, que considera prejudicial ao município.
O que é a reestruturação
A medida vai reorganizar a distribuição dos alunos em unidades que passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, dos alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reúne os três anos do ensino médio.
Atualmente, algumas escolas da rede estadual atendem alunos de mais de um dos ciclos. Para a Secretaria Estadual da Educação, o ideal é que as escolas recebam apenas estudantes de um dos ciclos e, desta forma, estejam mais focadas no aprendizado da faixa etária que atende.
A expectativa do governo é de que até mil escolas sejam atingidas com a mudança.