“A saúde da Santa Casa inspira cuidados”, afirma diretor administrativo

Com déficit mensal de R$ 250 mil, Santa Casa de Adamantina luta para se manter economicamente e continuar prestando serviço à população

A Santa Casa de Misericórdia de Adamantina, fundada há 58 anos, apesar de ser uma referência na Nova Alta Paulista, atualmente passa por grave crise financeira, a semelhança de outros hospitais do país. Com déficit mensal de R$ 250 mil, a unidade referência para 10 municípios da região, luta para se manter economicamente e continuar prestando serviço à população.

Em entrevista ao IMPACTO, o diretor administrativo Jairo Gonçalves do Nascimento Júnior faz um alerta: “A saúde da Santa Casa inspira cuidados”. O administrador dimensionou o grave problema enfrentado pela instituição atualmente. Entre os grandes problemas do hospital está o pagamento de fornecedores. “Hoje a Santa Casa não está endividada porque conseguimos renegociar prazos com nossos fornecedores e mantivemos em dia as certidões negativas da Santa Casa. No momento, o pagamento dos médicos (são entre 50 e 60 que compõe o corpo clínico) que deveriam sair até o dia 10 de cada mês, tem saído no final do mês e às vezes, até o início do mês seguinte.

A situação acaba gerando descontentamento de alguns profissionais. Com relação ao salário dos funcionários a situação está controlada. Temos uma equipe de 300 colaboradores diretos e nos últimos dois meses tivemos atraso de apenas dois dias no salário devido aos repasses do governo que atrasaram”, enfatiza Jairo.

Jairo Gonçalves do Nascimento Júnior dimensionou o grave problema enfrentado pela instituição atualmente (Foto: Rogério Pires/Grupo Impacto)
Jairo Gonçalves do Nascimento Júnior dimensionou o grave problema enfrentado pela instituição atualmente (Foto: Rogério Pires/Grupo Impacto)

Receitas x despesas

Hoje, a arrecadação mensal da Santa Casa gira em torno de R$ 1,2 milhões (verbas oriundas do Sus, através do governo Federal, atendimentos particulares e repasses estaduais e da Prefeitura, que injeta verba mensal no valor de R$ 257 mil para a manutenção do Pronto Socorro e mais R$ 20 mil/mês em contrapartida do Programa Pró-Santa Casa.
Jairo destacou que a Santa Casa de Adamantina realiza cerca de 4 mil atendimentos mensais (Pronto Socorro) e 3,5 mil internações por ano (SUS/Particulares). Segundo o administrador, o hospital registra 80% de seu atendimento no Sus (Sistema Único de Saúde) e apenas 20% no privado, o que gera o déficit de cerca de R$ 250 mil por mês. Por conta da dificuldade em equilibrar as despesas e alto déficit mensal, a instituição filantrópica corre risco de fechar as portas. “Nossa briga diária é buscar recursos públicos e privados para manter os atendimentos a população. Mas, a situação está cada vez mais insustentável”, afirma Jairo. A situação poderá ficar ainda pior de acordo com o administrador da Santa Casa. “Segundo declaração do ex-ministro da saúde, Arthur Chioro, em entrevista ao Estadão, a área da saúde poderá entrar em colapso a partir de setembro de 2016. O Governo Federal irá suspender os recursos do Sus para todos os hospitais do país, deixando três meses as entidades sem recursos. Se isso ocorrer realmente, não teremos condições de atender. A Santa Casa não tem receita, não existe dinheiro para atender a população sem repasse do Sus”, alerta.

Captação de recursos

Para tentar amenizar o problema da falta de recursos, a diretoria de Santa Casa investe na captação de recursos. “Eu e mais duas funcionárias passamos por treinamento no Instituto IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social). Os especialistas na área afirmam que para um hospital sobreviver não deve contar apenas com verbas federais: 1/3 dos repasses do SUS, 1/3 da prestação de serviço particular e 1/3 de captação de recursos. O hospital que não atingir esta cota fecha as pontas” relata.
Jairo diz que a meta da diretoria é criar uma estrutura para deixar o hospital mais sustentável (equilibrando despesas e receitas, atender os pacientes com humanização e de forma mais técnica possível, próximo à perfeição). “Não estamos pedindo dinheiro para população bancar o hospital. Trabalhamos em cima das carências que os pacientes têm para levantar os recursos e desenvolver projetos específicos. A capitação de recursos não está vinculada a sociedade ajudar somente através de dinheiro, pode ser por meio de trabalhos voluntários, ideias ou críticas. O importante é que a sociedade participe da Santa Casa”, afirma. Jairo enfatiza que existem vários projetos para serem implantados como, por exemplo reforma de parte do hospital, ampliação da UTI, reforma do centro cirúrgico, além da reforma e adequação do Pronto Socorro.

Colaboração da comunidade

A população pode colaborar com a Santa Casa através de diversas campanhas: Nota Fiscal Paulista fazendo doação do cupom fiscal; campanha de doação na conta de energia, além do carne ou boleto mensal onde as pessoas podem se tornar mantenedoras. Mais informações através do e-mail [email protected].

Leilão de Gado

No dia 20 de dezembro, a Santa Casa promove o 1º leilão de Gado. Será às 11h, no Poliesportivo, em Adamantina. Haverá o tradicional almoço com churrasco. Valor do convite ainda não foi definido pela diretoria.

 

 

FONTErogério pires / grupo impacto
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