As eleições municipais são apenas ano que vem, mas partidos políticos começam a ser articular para disputarem vagas na Prefeitura e Câmara Municipal. Com a desistência do prefeito Osvaldo Alves Saldanha para a reeleição, o presidente do PSDB e vereador Julio José Moreno (da Autoescola) deve ser o candidato da legenda para continuar governando Lucélia.
Em entrevista ao IMPACTO, o tucano informou que já iniciou as articulações políticas e já tem apoio de outros partidos para sua pré-candidatura. “Tenho apoio de mais ou menos cinco partidos, mas estou buscando mais, expondo minhas ideias e vou procurar o máximo possível de junções, porque quanto mais unir forças, melhor para se buscar uma cidade mais perfeita”. Confira:
IMPACTO: É pré-candidato a Prefeitura de Lucélia?
Julio da Autoescola: O primeiro passo foi à desistência do Saldanha em disputar a reeleição, que já declarou a decisão ao partido e a população. Se optasse pela reeleição, respeitaria seu espaço. Mas, perante essa posição, me vejo como pré-candidato do PSDB devido ter dois mandatos como vereador, apoio de dois deputados, para quem fiz uma expressiva votação na última eleição, assim acredito ter uma boa experiência política. Não houve nenhuma rejeição dentro do partido, sendo bem aceito por todos do Grupo.
Já existe pré-candidato a vice-prefeito?
Há vários nomes sendo cogitados para vice, pode ser algum vereador, mas outros podem surgir. Estamos fazendo pesquisas para encontrar um bom nome para a cidade.
Porque acredita que Saldanha desistiu da reeleição?
Houve um desgaste, primeiro pela idade, já com 60 anos, e o Saldanha pegou a prefeitura, que em minha opinião não existe momento pior para ser prefeito. Foram duas situações ruins, primeira que na Prefeitura de Lucélia estava ‘empurrando com a barriga’ muitos defeitos, problemas que estão ‘estourando’ neste momento. Isso desgasta o prefeito, que é obrigado a tomar atitudes impopulares. Segundo é o cenário político, quando não se tem dinheiro para nada. A arrecadação cai mensalmente e sem dinheiro não se administra. É como gerir a casa, está esperando receber R$ 1.500, mas acaba ganhando apenas R$ 1 mil, da onde vai tirar os outros R$ 500? Não tem. Acaba devendo para um ou para outro, e um problema surge.
Acredito também que o Saldanha foi infeliz em algumas indicações para cargos comissionados, que são pessoas que não estão tendo jogo de cintura e tratando adequadamente a população. Até para se negar um pedido tem que saber, não é simplesmente dizer não e deixar de explicar os porquês. Os funcionários de cargo de comissão, indicados, estão sem paciência para explicar situações, trazendo um desgaste a Administração. A partir do momento que o secretário não vai bem, automaticamente o prefeito que o indicou também não irá.
Diz ser o “pior momento para ser prefeito”. O que te motiva a ser pré-candidato?
Hoje, o cenário é este, alguém tem que ser prefeito. E estou disposto a enfrentar esse desafio. Com os quatros anos que tive como oposição ao João Pedro [ex-prefeito do PT] e os quatros que estou tendo como situação do Saldanha, tive oportunidade de aprender muitas situações. A maneira de fazer campanha será diferente, de se administrar a cidade também será diferente, então esse cenário soma para a pré-candidatura.
Existe um movimento para candidato único nas próximas eleições. É favorável?
A ideia surgiu a partir de um convite que fizemos a um empresário, que nos indagou por que não estavam todos os partidos na reunião. Explicamos que cada legenda tem seu grupo, foi quando sugeriu a possibilidade de se ter candidato único, como em Junqueirópolis. Explicamos que, se o convite partisse dele e de demais empresários, poderia até acontecer às reuniões, mas se fosse o PSDB que convidasse, os outros partidos achariam que estaríamos com segundas intenções.
Houve sim, três ou quatro reuniões, que não chegaram a citar possíveis nomes, mas que três partidos foram contra essa candidatura única – PT, PEN e PV. Acredito que foi um momento muito cedo para se negar essa possibilidade. Às vezes, esses partidos têm seus nomes para disputarem as eleições do próximo ano que poderiam ser o candidato único. Deveriam esperar e quando se colocasse um candidato, poderiam negar, enfim pensar na cidade.
Se também surgisse um empresário que gostaria de administrar a cidade, abriria a mão de ser candidato se fosse um grande nome para o município. Não faço questão ser prefeito, mas se houver uma disputa irei, até mesmo o PSDB foi favorável ao candidato único.
Nestas reuniões, também foi criada comissão de empresários para administrar junto com o prefeito?
Ficou firmada a criação de uma comissão de empresários, mais ou menos com sete integrantes, para ajudar o prefeito a administrar o município. Todos aqueles projetos polêmicos, atitudes que devem ser tomadas e que atingem a população, esses empresários participariam das decisões. E ficou estabelecido ainda, que o próximo prefeito tem que trabalhar junto com essa comissão. Farão novas reuniões e os empresários já querem a partir do ano que vem trabalhar com o Saldanha. E quem ganhar a eleição, ter a humildade para chamar quem perdeu para participar da administração, ver quais a ideias, já que agora não tem reeleição, tem que fazer um bom trabalho e pronto, por que sempre terá sempre uma renovação de prefeito. Deve haver essa união. Acho que positivamente foi bacana fazer reunião com os 13 partidos. Acredito que Lucélia ganhou alguns pontos. Não evoluiu muito, mas é o caminho.
Quais os principais desafios a serem enfrentados pelo próximo prefeito?
Quem tem Santa Casa, enfrentar a saúde é primordial. Mas se Lucélia conseguir realmente executar o Hospital Essencial, projeto do Governo do Estado, irá sanar uma boa parte do problema.
O segundo problema colocaria a pavimentação asfáltica, Lucélia hoje está intransitável. Culpa do Saldanha? Não. Foi à qualidade do recapeamento do João Pedro. Preferiu não usar o tipo CBOQ, que é o melhor de todos, usou uma qualidade inferior que não se aproveita praticamente 90%, sendo jogado ‘dinheiro no ralo’, já que são ruas intransitáveis. É um grande desafio, o Saldanha tem até o final do mandato cerca de R$ 2 milhões em asfalto, que se realmente vier darão uma nova cara, diminuindo um pouco os desafios para o próximo prefeito. Porém ainda vai ficar muitas ruas intransitáveis. Acredito que o próximo prefeito enfrentará uma grande dificuldade em relação à infraestrutura do município.
Acredita que Lucélia necessita de renovação política?
Hoje, quem não está no poder se acha os partidos diferentes. Porém, se algum dia chegarem ao poder, vão ver que são iguais a todos. Não tem salvador da pátria em uma crise como essa. Podem trocar os 11 vereadores e o prefeito, mas a situação sem dinheiro será a mesma. Estamos com pressa para acabar 2015, tanto os políticos como a população. Mas, para 2016, não será melhor que este ano. A crise deve piorar, então na política, não só de Lucélia, mas regional, não existe salvador da pátria, não existe uma porção mágica para mudar os problemas.
É ir com calma, pé no chão, enfrentar primeiro, antes de se pensar em eleição, os momentos que Lucélia vem passando, ajudar o Saldanha a finalizar esse mandato da melhor forma possível. Temos casas populares para serem entregues, escola e creche, vamos precisar muito dos governos do Estado e Federal para deixar realmente Lucélia com uma cara diferente.