Com quase meio século de existência, a FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) conquistou espaço ao longo dos anos e ganhou destaque como referencial de Educação Superior no Estado.
Dotada de estruturas física, acadêmica e pedagógica invejáveis, a FAI volta seus olhos para um futuro tendo na direção-geral o prof. Dr. Márcio Cardim. Desde 2011 a frente da instituição, Cardim mostra competência e visão além de seu tempo ao vislumbrar a evolução da FAI que extrapola a esfera educacional e alcança as comunidades.
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Na última edição de 2015, o IMPACTO entrevista prof. Dr. Márcio Márcio Cardim que destaca as conquistas deste ano e detalha os investimentos e desafios para 2016.
Crescimento
Cardim afirma que nenhum setor escapa da crise que o país enfrenta. “A crise também atinge o Ensino Superior e as instituições de ensino estão prevendo uma queda entre 20% a 30% nas arrecadações. Falar que a FAI não vai sentir este reflexo não é verdade.
O mais importante é que não vamos chegar a este índice; esperamos uma queda por volta de 15% nos cursos tradicionais – menos medicina que está com as vagas garantidas. Hoje nossa maior preocupação está relacionada ao FIES.
Não sabemos quanto será destinado pelo Governo Federal ao FIES. Se houver um corte drástico vamos sentir. Principalmente nos cursos que demandam investimentos maiores por parte dos alunos como o curso de medicina por exemplo.
São poucos que conseguem manter as despesas de um curso deste patamar. Vários alunos já nos procuraram questionando sobre este assunto, inclusive já estive no MEC para saber como ficará a situação”, enfatiza.
Por outro lado, mesmo com a crise Cardim projeta para 2016 um crescimento de 50% na capacidade de investimentos. “Com o crescimento da procura pelos cursos de odontologia, medicina veterinária, fisioterapia, psicologia, engenharia civil. Temos uma procura maior nestes cursos em detrimento aos cursos tradicionais de licenciatura que não conseguem decolar devido a desvalorização do professor do ensino básico. Caiu muito a procura por esta profissão.
Infelizmente irá chegar a situação em que não teremos mais professores para algumas disciplinas como física, matemática e geografia. Este crescimento de 50% é em função da capacitação desta receita. Apesar da crise a FAI se encontra numa posição privilegiada”, dimensiona Cardim.
Blindagem política
Perguntado como a direção tem conseguido blindar a FAI das possíveis interferências políticas Cardim foi enfático.
“A FAI tem sua autonomia administrativa e financeira, apesar de ser uma autarquia municipal tem gerencia própria dos recursos e projetos. Seja o gestor que estiver aqui, tem que haver esta blindagem política. Não podemos deixar a política intervir no ensino superior porque será um caos total. Nossa instituição tem que caminhar com suas próprias pernas, desenvolver seus próprios projetos e parcerias com a prefeitura”, responde.
Preocupação regional
Durante sua gestão Cardim demonstrou por muitas vezes preocupação com questões regionais. “Hoje temos condições de liderar o desenvolvimento regional. Estamos desenvolvendo alguns projetos neste sentido como o de viabilizar a polinização dirigida na produção de acerola em Junqueirópolis. O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Prof. Dr. Ademilson Espencer Egea Soares (especialista em apicultura) detectou que se os produtores colocarem abelhas em torno da área plantada, a produção será maior e os frutos mais doces e de melhor qualidade. Para acontecer o desenvolvimento regional é preciso desenvolver ‘pesquisa’. Só conseguiremos o desenvolvimento se houver pesquisa atrelada. É ai que a FAI pode contribuir. Além disso, tem que haver um desenvolvimento político em cada município, através de união e busca de recursos nos órgãos de fomentos para dinamizar o desenvolvimento”.
Conquistas
2015 ficará marcado na história da FAI; é um ano que representa um divisor de águas para a instituição e para o município destaca o diretor-geral. “Uma das principais conquistas foi o curso de Medicina. Os quatro primeiros anos do curso já estão desenhados. Estamos trabalhando para o quinto e sexto ano, onde os alunos vão iniciar o período de internato e deverão permanecer em tempo integral nas unidades de saúde (santa casa, posto de saúde) e precisamos já criar espaços para isso. Já firmamos um convenio com a Santa Casa de Adamantina e a partir do ano que vem a FAI inicia vários investimentos no local para adequação dos espaços como a UTI, o Centro Cirúrgico. Também firmamos convênios com outros 10 municípios da região onde os alunos do curso de medicina irão atuar também”, afirma.
Cardim destaca também a sua recondução no Conselho Estadual de Educação. “Foi uma conquista muito importante. Muitas pessoas não conseguem dimensionar o tamanho desta conquista. Não que eu esteja lá legislando em causa da FAI. Minha participação é fundamental dentro do conselho principalmente para conquistarmos transformação da FAI em Centro Universitário. Em março ou abril teremos esta transformação”, enfatiza.
Outra conquista marcante em 2015 foi a inauguração do Campus IV e projeto ProEduc-FAI.
“O Campus IV irá começar com força total em fevereiro do ano que vem.Já abrimos processo seletivo para contratação de três educadores físicos e uma assistente social que irão trabalhar com afinco para fazer o projeto funcionar. A ideia é atender cerca de mil crianças entre 7 e 14 anos.Fizemos um convênio com a Acrea, em que a FAI locou o espaço de 50 mil m2 onde serão desenvolvidos várias atividades esportivas como: atletismo, futebol. O projeto vem suprir o déficit do município. O esporte é o pano de fundo, mas as crianças irão receber também orientações pedagógicas através dos nosso cursos como nutrição, pedagogia, etc. Nosso objetivo também será pinçar alguns talentos que surgirem para disputar competições regionais e estaduais”, destaca.
Outros destaques em 2015 foram a melhoria da qualidade de ensino comprovada pelo ENADE, implantação do laboratório de Engenharia Civil.
Projeções para 2016
Se 2015 ficará marcado como o ano das conquistas, em 2016 a FAI pretende alçar vôos ainda maiores.
“Teremos um aumento aproximado de 50% na capacidade de investimento da FAI em 2016. Em 2011 o orçamento da FAI era de R$ 17 milhões. Fechamos 2015 com R$ 32 milhões e 2016 nossa previsão é de R$ 46 milhões e 2017 vamos dar outro salto importante. E pelo planejamento desenhado pela equipe, com a criação de novos cursos, vamos triplicar o orçamento da FAI (um aumento de 300%) nos próximos 4 anos, com possibilidade de ultrapassar a arrecadação do município. Este crescimento possibilitará o desenvolvimento local e regional nunca percebido antes”, dimensiona Cardim.
A transformação da instituição em Centro Universitário será outro fato marcante no ano que vem, afirma o diretor-geral. “Com a transformação em Centro Universitário teremos total autonomia acadêmica. Por exemplo, se já tivéssemos essa designação não teríamos sofrido tanto como sofremos para aprovar o curso de medicina. Criaríamos o curso sem depender da aprovação do Conselho Estadual de Educação, é claro que depois teria que passar pelo credenciamento e os tramites normais. Com a transformação a FAI, ganhará o status de universidade e passará a se chamar UNIFAI”, enfatiza.
Outros projetos que serão implantados em 2016: Construção de um restaurante Universitário e prédio administrativo no Campus II, ampliação dos projetos de pesquisa e extensão, laboratório de análises clínicas com a realização de exames para a população, elaboração dos projetos de cursos de graduação, sendo eles a biomedicina, arquitetura e urbanismo, engenharias de produção, elétrica e mecânica, fotografia.
Eleições 2016
Sobre as especulações envolvendo seu nome a candidatura a prefeito de Adamantina para 2016, Cardim é tranquilo ao afirmar que a decisão não é tão simples como parece. “Hoje sou diretor da FAI, faço uma gestão publica. Me coloquei a disposição para ajudar no desenvolvimento da cidade, mas não necessariamente como candidato a prefeito. Tenho como contribuir de outras formas. Quando decidi pela filiação ao DEM neste ano, escolhi um grupo que atua de forma séria na política. Jamais participaria de grupo que faz política por policia. Sempre participei de grupos que pensam politicamente para o desenvolvimento do município. Ser candidato a prefeito na situação que me encontro atualmente não é tão simples”, diz.
A FAI está em franco crescimento vai triplicar seu tamanho nos próximos quatro anos e agora é complicado fazer projeções política neste momento. hoje sou diretor da FAI e tenho que me comportar como tal”, enfatiza.
Cardim encerra a entrevista agradecendo aos funcionários, professores, coordenadores, alunos e todas as pessoas que ajudaram ao crescimento da FAI.
“Tudo vem dando certo porque temos um grupo que trabalha com afinco. Ao Wendel nosso vice-diretor. Aos diretores Fabrício (administrativo), Fernanda (jurídica), Fúlvia (acadêmica) e Ricardo (financeiro), Ary Correia (comunicação)”, concluí.