“Conserva a dor” foi o título escolhido pelo aluno Caio Koga, de 19 anos, que tirou nota máxima (1.000) na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015, com tema sobre violência contra a mulher. O estudante de Adamantina, município de São Paulo próximo a Presidente Prudente, faz cursinho pré-vestibular na capital paulista – pelo segundo ano seguido. Ele pretende cursar medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O título do tema da redação deste ano foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. No Enem de 2014, os candidatos tiveram que escrever sobre “Publicidade infantil em questão no Brasil” e Koga tirou perto de 860. Para ele, o assunto deste ano ajudou: “É um tema que eu gosto de falar sobre. São temas legais de argumentar”, disse. O estudante ainda contou que não leu muitos livros ou intelectuais do assunto, mas que sempre se interessou por textos que tratam da violência contra a mulher. “Eu sempre leio notícias, artigos de opinião, mas por minha conta, porque eu gosto de ler sobre isso”, contou.
Para o sucesso, o candidato fez aulas particulares com dois professores de redação e disse que sempre gostou de ler. Disse que gosta de livros de aventura, como Game of Thrones, do escritor norte-americano George R. R. Martin. Segundo ele, a rotina é de 12 horas de estudo: chega no cursinho às 7h e vai embora às 19h da noite, com um intervalo para almoço. Além da redação, Koga também foi bem em matemática: tirou a nota 935.
Matemática
O piauiense Vitor Melo Rebêlo, de 18 anos, tirou a maior nota em matemática da história do Enem. Foram 1.008,3 pontos, o que foi considerado um recorde no exame, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O instituto ainda não divulgou quantas pessoas atingiram esta nota inédita.
Há uma explicação para a nota de Vítor ter ultrapassado os 1000 pontos. A metodologia usada no Enem, chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI), leva em conta não apenas o número de acertos do candidato, mas o nível de dificuldade de cada item para se chegar à nota.
Essa metodologia permite que diferentes edições da prova sejam comparáveis. Com isso, é analisada a coerência das respostas do participante diante do conjunto das questões que formam a prova. Por isso, o número de acertos não tem correspondência direta com a pontuação final.