As mulheres procuram cada vez mais seus direitos. A constatação é da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que registrou em 2015, aumento de 17% na quantidade de inquéritos instaurados para investigar agressões verbais, físicas e psicológicas sofrido por elas. Somente no ano passado, foram 197 ocorrências registradas em Adamantina, segundo a Secretaria de Segurança Pública, contra 167 inquéritos em 2014.
Para a delgada da DDM, Patrícia Tranche Vasques, este crescimento reflete uma mudança de comportamento. “Antigamente, a mulher era mais submissa e dependente. Começou a trabalhar para ajudar no sustento da casa e a buscar as comodidades e facilidades que a tecnologia passou a oferecer. Além disso, foi conhecendo mais seus direitos e começaram a lutar para que fossem cumpridos”.
Outro fator foi a criação de medidas protetivas inseridas na Lei Maria da Penha, que completa em agosto 10 anos, para dar maior segurança às vítimas de violência doméstica. Desde então, a cada ano que passa, essas medidas projetivas vêm se popularizando entre as mulheres como uma maneira de segurança e suporte para que não desistam da denúncia contra seus agressores.
A delegada explica que o trabalho da DDM é orientar e dar apoio às mulheres. “O que puder fazer para conservar a família deve se buscar, principalmente pelos filhos que são os primeiros a sofrerem as consequências. Não tendo apoio da outra parte, aí tem que ver o que é melhor para si. Na Delegacia, não iremos falar para separar ou continuar sofrendo, mas daremos o apoio necessário para qual for a decisão que a mulher tomar. Não podemos direcionar a vida de ninguém”, explica.
De acordo com Patrícia, não há um perfil da mulher que sofre violência, sendo que de todas as idades e classes sociais podem ser vítimas. “As queixas referem-se a episódios de violência como ameaça, injúria, vias de fato (agressão sem deixar vestígios) e lesão corporal dolosa. No ano passado, o destaque negativo ficou com o registro de ocorrência de cunho sexual, que teve uma quantidade significativa de casos registrados na cidade”, comenta.
Embora o número de denúncias aponte crescimento, ainda é grande o volume das que acabam desistindo de processar criminalmente o marido, levando a mulher retirar ou não dando prosseguimento à queixa por vários motivos.
Por fim, “as mulheres têm que se amarem, porque só posso amar o outro se eu me amar. Se não me respeitar, como exigir isso? Tem que seguir os mandamentos de Jesus, amar o próximo como a si mesmo”, recomenda Patrícia.