Hoje, muito humildemente, tomamos a liberdade de escrever algumas besteiras sobre um assunto que tem como tradição acirrar os ânimos de alguns dos nossos melhores amigos: a política dos bastidores adamantinenses em período pré-eleitoral. Feitas as explicações, que mais parecem um pedido de desculpas antecipado, vamos ao que interessa.
Na cruzada para reduzir o salário dos vereadores já aconteceu de tudo na cidade, inclusive uma inusitada troca de socos entre um edil e um lutador libanês. No entanto, o que colocou fogo no palpitante assunto foi mesmo o meticuloso estudo que um bancário aposentado fez sobre os vencimentos dos representantes do povo. Pena que o ilustre letrado tenha se “esquecido” de fazer a mesma dissertação no salário de vice-prefeito.
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A propósito, o eficiente aposentado também escreveu sobre os pobres candidatos escravos. Do ponto de vista poético, o texto do homem ficou perfeito. Nem Castro Alves, faria melhor. Acontece que os “inocentes” candidatos escravos são muito parecidos com as vitimas do golpe do bilhete premiado. A maioria só aceita ser candidato para tirar algum tipo de proveito dessa condição. Eles sabem que existem muitos cargos de confiança no serviço público justamente para atender os aliados derrotados nas urnas. Aliás, será que na eleição de 2000 não tinha sequer um candidato escravo?
Deixando de lado as análises do competente escriba, vamos a desmistificação das fantasias palacianas. Algumas autoridades estão usando o reajuste dos servidores como desculpa para justificar parte das mazelas da administração, o que não é justo. Por isso, gostaríamos de informar aos nossos poucos leitores que com o reajuste de 12%, concedido pelo ex-secretário Turra, o gasto com a folha de pagamento da prefeitura chegou a 49% das receitas do município, um índice bem abaixo dos 54% permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas como a deturpação dos fatos não se encerra aqui, continuemos com os esclarecimentos.
Alguns iluminados estão colocando a culpa dos percalços financeiros da administração nos servidores que entraram com reclamações trabalhistas contra a prefeitura. Será que eles não sabem que o funcionário só busca os seus direitos na justiça quando o empregador não cumpre com as suas obrigações trabalhistas? Ou será que eles pensam que ainda estamos no tempo em que os trabalhadores apanhavam calados? De qualquer modo, recomendamos aos criadores dessa tese absurda uma urgente atualização em seus conhecimentos de relações humanas.
Por fim, como o discurso de que a Prefeitura se encontra na UTI se tornou redundante, encerramos este texto com algumas perguntas para aquelas pessoas que sonham com uma Adamantina melhor. Não chegou o momento da unificação de algumas secretarias municipais? O exorbitante gasto com combustível da frota municipal não pode ser reduzido? Não tem muito carro da prefeitura rodando sem necessidade? Não está na hora de se fazer uma reengenharia em alguns setores da administração? Só chorar resolve alguma coisa? Ou é melhor deixar as coisas como estão e esperar a missa de sétimo dia para começar tudo do zero?