A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Adamantina é um exemplo de descaso e desperdício de dinheiro público. O prédio que custou aos cofres públicos até o momento, mais de R$ 1,4 milhão – 5 anos depois do início das obras – a unidade não deverá entrar em funcionamento.
A confirmação foi feita pelo prefeito Dr. Pacheco que avalia que a UPA com um ‘presente de grego’ do Governo Federal.
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“Para colocar a estrutura da UPA em funcionamento, teríamos uma despesa total de R$ 600 mil. Metade deste valor viria do Governo Federal e o restante seria de responsabilidade dos municípios consorciados, já que o atendimento seria a nível regional e não limitado aos adamantinenses”, destaca.
Questionado pelo IMPACTO sobre a possível falta de planejamento dos gestores da época em aceitarem a UPA em Adamantina, Dr. Pacheco fez a seguinte avaliação.
“Em 2011 quando os prefeitos da região assinaram o convênio, nunca poderiam imaginar a grave situação economia e política que o País enfrentaria no futuro e que culminaria na falência dos recursos do Governo Federal. A época era de ‘vacas gordas’, quando a União a injetava verbas nos municípios. Agora a situação é preocupante. Se o gasto fosse somente construir o prédio e custasse R$ 1 milhão e a despesa acabasse, tudo bem. O problema é que para manter toda estrutura teríamos um gasto de R$ 3,6 milhões/ano (metade desta quantia sairia dos cofres das prefeituras). Diante deste cenário é impossível optar pelo funcionamento da UPA”, afirma o prefeito.
Reunião com prefeitos
O prefeito afirmou que irá procurar os prefeitos dos municípios conveniados e avaliar a situação. “Creio que os prefeitos que receberam este ‘presente de grego’ vão concordar comigo e chegaremos a um consenso”, diz.
Pacheco disse ainda: “Em diversas cidades, os prefeitos têm buscado junto ao Ministério da Saúde dar nova finalidade a essas instalações, é justamente esta a intenção que minha ideia é transformar o local numa unidade de atendimento ambulatorial dentro da estrutura de saúde do município (que poderiam ser ocupadas por unidades básicas de saúde, centro de especialidades odontológicas, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, entre outras finalidades, na área de saúde), destaca.
Entraves
A UPA é uma unidade especializada que beneficiará aproximadamente 86 mil pessoas da região.
O prédio está em construção desde 2011. Desde então, uma sucessão de entraves burocráticos e falhas na obra dificultam sua finalização. A obra foi orçada, à época, em R$ 1.076.250,12.
A data prevista para a entrega da obra era janeiro de 2012.