Os frutos da árvore envenenada…

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. (Friedrich Nietzsche)

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. (Friedrich Nietzsche)

Em nossa cidade recordar fatos políticos do passado é a mesma coisa que cutucar onça com vara curta. Só eu sei o tamanho da confusão que rendeu o meu último texto. Acabou sobrando até mesmo para quem não tinha nada com a história. Por isso, hoje vou falar sobre o preceito bíblico de que uma árvore envenenada jamais dará bons frutos. Acredito que este tipo de assunto, dada a sua origem, não irá trazer nenhum tipo de prejuízo aos meus fiéis amigos. Dito isso, vamos ao que diz parte dos evangelhos de Mateus e Lucas.

“Guardai-vos dos falsos profetas que vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá bons frutos, porém a árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto, é cortada e lançada no fogo. Logo pelos seus frutos os conhecereis”. Mateus 7:15-20.

“Não há árvore boa que dê mau fruto, nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Os homens não colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro tira o mal; porque a sua boca fala o de que está cheio o coração”. Lucas 6:43-45.

Com base nessas metáforas bíblicas, a Suprema Corte dos Estados Unidos iniciou um debate em 1920 que resultaria na criação da Doutrina dos frutos da árvore envenenada, que determina que as provas obtidas a partir de meios ilícitos, além de serem inválidas, contaminam as provas obtidas através dos meios legais, pois ferem os direitos constitucionais do réu. Nem é preciso dizer que para reduzir injustiças cometidas nos meios investigativos, com o passar dos anos, muitos países adotaram essa inteligente tese em seus ordenamentos jurídicos. No entanto, a mensagem de Mateus e Lucas pode ser maior. Explico.

Comecei falando da polêmica causada pelo texto que publiquei na semana passada, falei de belos evangelhos e, por fim, falei da doutrina criada pela Suprema Corte dos Estados Unidos. Juntei tudo, e expliquei pouco. Agora encerro este escrito com algumas perguntas inspiradas nesta complicada mistura de assuntos.  Será que existe uma ligação entre o difícil momento que nossa cidade vive e algumas árvores envenenadas da política? Se existe, alguém poderia identificar essas árvores? Elas estão na política há muito tempo? Outubro não seria o mês mais indicado para cortá-las e lançá-las ao fogo?

 

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