O abuso sexual e à exploração de crianças e adolescentes foi tema de um encontro na segunda-feira (23) em Adamantina, que reuniu gestores, técnicos, conselheiros tutelares, executores de medidas socioeducativas, além de toda rede de atendimento (entidades).
A atividade tem o objetivo de lembrar o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – comemorado em 18 de maio. Segundo a Secretária Municipal de Assistência Social, Briana Veiga, a data criada em 2000 tem a finalidade de estimular e encorajar as pessoas a denunciarem/revelarem situações de violência sexual, bem como criar possibilidades e incentivos para implantação e implementação de ações de políticas públicas capaz de fazer o enfrentamento dessa violação.
Estatística
Casos de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes lideram o ranking de atendimentos realizados pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) da cidade. Segundo a pesquisa do órgão, atualmente 30 crianças e adolescentes (de zero a 17 anos) vítimas de violência na cidade passam por atendimento e acompanhamento no Creas. Deste total, 13 se referem à violência ou abuso sexual. Os outros registros se referem a negligências (12 casos); violência física (6 casos); violência psicológica (7 casos). Ainda segundo dados do Creas, a maioria das vítimas são meninas que sofreram vários tipos de violência. “É importante ressaltar que algumas vítimas sofreram violências múltiplas”, destaca a secretária.
Ainda segundo Briana, em 2015, 23 crianças e adolescentes receberam atendimento. “Muitos destes casos continuam como ativos neste ano. Se compararmos os dados, na verdade, tivemos um aumento de sete casos do ano passado até agora. Os atendimentos são longos, porque as feridas abertas são difíceis de serem cicatrizadas. Os atendimentos se encerram somente quando a vítima e a família conseguem superar esta fase de violação dos seus direitos”, diz.
Perfil dos agressores
Levantamento do Creas aponta que os agressores geralmente estão no seio da família, costumam ser homens de 18 a 60 anos como pai, padrasto, tios, primos, avô, vizinhos.
Auxílio
Para ajudar as famílias que passam por esse tipo de trauma, o Creas disponibiliza auxílio psicológico, assistência social, além de atendimento jurídico. “Disponibilizamos ajuda para as famílias, mas é muito importante que esses tipos de casos sejam denunciados o quanto antes”, comenta Briana. As famílias precisam ficar atentas ao comportamento dos filhos, que geralmente apresentam sintomas para comunicar que algo está errado.
Denúncias
Segundo a gestora da política da Assistência Social, a denúncia é importante para a solução dos crimes e deve ser feita tanto pelas vítimas quanto pelos familiares. “A cada ano, as pessoas estão mais conscientes dos seus direitos e por este motivo, notamos um aumento considerável nas denúncias. As vítimas estão aos poucos, aprendendo a não ficarem mais quietas. As campanhas estão ai para orientar e encorajar as vítimas e famílias a denunciarem”, afirma Briana.
A secretária ainda enfatiza: “As autoridades devem ser informadas, caso uma pessoa identifique uma criança ou adolescente em situações de risco. Denúncias de violência podem ser feitas anonimamente e de forma gratuita através do Disque 100 que acolhe a denúncia e repassa para os Creas, outro telefone importante é o 197 da Polícia Civil. Além disso, as denúncias podem ser feitas ao Conselho tutelar que analisará a procedência da denúncia e caso confirmada encaminha para o Ministério Público e Creas”, conclui.