Depois de quase cinco décadas trabalhando como sapateiro, João Tarifa Neto, comemora o retorno ao ofício depois de dois anos de aposentadoria. “No final de 2013 decidi me aposentar. Mas, não aguentei ficar em casa e decidi voltar ao trabalho”, conta.
Há cerca de três meses Tarifa decidiu reabrir a sapataria e conta que a clientela comemorou o retorno. “Os clientes sentiram muita falta do trabalho que fazia e ficaram alegres com o retorno das atividades. Uma senhora disse que rezou muito para que a sapataria fosse reaberta”, conta entusiasmado.
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Localizada no centro, a Sapataria Adamantina – uma das mais tradicionais da cidade – fundada nos anos de 1960, resiste ao tempo e ao período de crise. “Aluguei este ponto no centro em 1994 onde permaneci até 2013. Foram quase 20 anos no mesmo endereço”, conta.
Hoje aos 68 anos, Tarifa diz ter orgulho e amor à profissão e afirma ser esse o motivo da resistência neste ofício tão antigo. “Se você faz um bom trabalho, o cliente volta. Tenho trabalhado bastante ultimamente e a clientela tem aumentando muito, graças a Deus”, destaca.
Consertos
Dentre os serviços oferecidos na sapataria a maior procura é pelos consertos. Uma das curiosidades destacadas pelo sapateiro é uma procura mais frequente do público feminino. “Mulher gosta mais de sapato. Se quebra um salto ou solta alguma coisa elas procuram arrumar para não ter que se desfazer dos calçados”, disse.Hoje para colar um sapato o preço médio é a partir dos R$ 10. Para costurar ou refazer a costura do sapato é cobrado cerca de R$ 20, dependendo da complexidade do serviço e o tamanho do calçado. Outro serviço muito procurado é a troca de solado, este, segundo Tarifa, é o mais caro do local, custa por volta de R$ 70.
De volta ao ofício Tarifa promete que não pretende se aposentar novamente tão cedo. “Enquanto Deus me der vida e coragem irei continuar neste ofício”, conclui.