Os clientes do HSBC devem ser migrados para o Bradesco a partir de outubro, quando a marca do banco inglês deve começar a desaparecer do Brasil. O cronograma de incorporação do braço do banco inglês foi divulgado na tarde desta quarta (8), após a aprovação da compra pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico). A compra do HSBC foi fechada em agosto do ano passado.
“O HSBC continuará existindo até outubro”, disse Alexandre Gluher, vice presidente do Bradesco, em teleconferência para detalhar o processo de incorporação do HSBC.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Gluher afirmou que o banco pretende ampliar os produtos oferecidos aos clientes e que não há previsão de fechamento de agências. “Vai haver ampliação da rede de atendimento. Os dois bancos têm estrutura de agências que não se sobrepõe”, disse.
Após a fusão, o número de correntistas do Bradesco saltará de 26 milhões para 31 milhões, que serão atendidos em 5.358 agências.
Dos atuais 26 milhões de clientes do Bradesco, 3 milhões estão enquadrados no segmento Exclusive (para renda mensal entre R$ 4.000 e R$ 9.000) e 754 mil clientes são do segmento Prime (renda acima de R$ 9.000).
Gluher destacou que, ao decidir pagar US$ 5,2 bilhões pelo HSBC, o Bradesco mirava “um banco focado na alta renda”, mas complementou que o banco considerou atrativos também os negócios com empresas e também a financeira do HSBC, a Losango.
A incorporação do HSBC fará o Bradesco saltar para a segunda posição no ranking de gestão de fundos, à frente do Itaú, mas ainda atrás do Banco do Brasil.Com o aval do Cade, Gluher diz que o pagamento efetivo deve ser fechado na primeira quinzena de julho, quando começa a integração dos sistemas dos dois bancos.
RESTRIÇÕES
Para aprovar a compra do HSBC, o Cade determinou que o Bradesco não poderá realizar nenhuma fusão ou aquisição de instituição financeira e administradora de consórcios nos próximos 30 meses.
A restrição tira oficialmente o Bradesco da disputa pelo Citibank, que deverá ser avaliado para compra pelo Santander e pelo Itaú.
O Bradesco também precisou aderir a um Acordo em Controle de Concentrações, que lista uma série de exigências fixadas pelo Cade para minimizar o impacto da aquisição na vida dos correntistas.
Entre as exigências está o estímulo aos correntistas a migrarem seus financiamentos para outros bancos, por meio da portabilidade de crédito.
O Bradesco também assumiu o compromisso de reduzir o índice de reclamações de clientes no Banco Central.