O historiador João Carlos Rodrigues, destaca no livro Reviver Adamantina (ainda não lançado) que a chegada da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, transformando a cidade em ponta dos trilhos da Companhia e a chegada dos desbravadores que vieram para trabalhar nas lavouras de café, foram fatores preponderantes que impulsionaram na época o progresso da ‘Cidade Jóia’.
Estrada de ferro
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Em 1937, foi iniciada a derrubada da mata virgem no então Patrimônio de Adamantina, localizado no Sertão do Rio Paraná. O primeiro caminho de acesso ao Patrimônio ocorreu em 1938, trajeto de Tupã-Adamantina. Este caminho é que deu ânimo para a chegada dos primeiros compradores de terra em 1939, já conhecida como Zona da Mata.
Com a célebre frase “Aqui desponta a Joia do Sertão’, o então presidente da CPEF (Companhia Paulista de Estrada de Ferro), Heitor Freire de Carvalho, anunciou durante a primeira visita da diretoria, no ano de 1945, o potencial do futuro município, relata o historiador. Cinco anos depois, a CPEF foi inaugurada, tornando Adamantina ponta dos trilhos da Companhia.
Emancipação
Ainda com o status de Patrimônio, Adamantina somava condições de se tornar município. Devido a isso, iniciou no ano de 1947 uma extensa batalha através de representantes que montaram várias caravanas visitas à Assembléia Legislativa Estadual para a criação do Município. No ano de 1948, vence o prazo da Divisão Territorial do Estado. Em 24 de dezembro do mesmo ano, através da Lei nº 233 é criado o município de Adamantina.
Poucos meses após a criação do município (14 de março), é realizada a primeira eleição com a finalidade de eleger o prefeito e vereadores. Foram candidatos a prefeito Antonio Goulart Marmo e Hermínio Brighenti. Com 954 votos foi eleito Antonio Goulart Marmo, apoiado e indicado pela CAIC (Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização), CICMA (Companhia de Imigração e Colonização, Mineração e Agricultura) e CPEF (Companhia Paulista de Estradas de Ferro), por ser funcionário de extrema confiança dos diretores dessas companhias. Em abril de 1949, instalou-se oficialmente o município com a posse do primeiro prefeito e vereadores.
“O interessante é que a Adamantina demorou 11 anos para conquistar a emancipação [de 1937 a 1948]. O que chama a atenção é nos seis anos seguintes, Adamantina obteve um avanço fantástico. Como ponta de linha da estrada de ferro, toda economia regional se convergia ali. Além disso, a produção agrícola foi outro fator que contribuiu muito para o progresso na época. Os desbravadores de terras, geralmente empregados ou parceiros de proprietários rurais de outras regiões se instalaram aqui para desbravar e investiam na agricultura. Neste período, 90% deles optavam pela cultura do café. A aliança do café e estrada de ferro impulsionou o crescimento em vários setores. Se analisarmos demograficamente no primeiro ano de instalação do município, quando foi realizado o primeiro senso demográfico, Adamantina tinha uma população de 35.223 habitantes, quase 70% viviam no campo”, descreve o historiador.
Diploma
Devido a estes fatores, seis anos após sua ter se transformado em município, em 19 de agosto de 1955, Adamantina é condecorada com o Diploma de Honra de Maior Progresso, assinado pelo Presidente da República João Café Filho. Além da ‘Cidade Joia’, outros quatro municípios também receberam a honraria: Araras (SP), Blumenau (SC), Londrina (PR) e Matuipe (BA). O concurso foi promovido pelo IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) e pela revista O Cruzeiro.