João Victor de Oliveira, ou simplesmente Tartaruga. Muitos não devem conhecer, mas a inspiração artística do adamantinense de 22 anos é referência para quem curte hip hop, estilo que agrega a música – o rap – e a arte – o grafite.
Familiar com música autoral desde os 12 anos, o jovem atuou diretamente em todas as áreas do processo artístico, que variam da composição das letras até a ilustração de capas, direção e edição de imagens e vídeos.
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“Antes da música e da poesia, me interessava por desenho. Não sei ao certo quando comecei a ter um lado artístico, mas lembro de uma vez que minha professora fez um concurso de versinhos entre a turma com o prêmio de ser publicado no jornal da escola. Fui escolhido e acabei pegando gosto, acho que foi um estímulo chave para minha vida, mas essa vontade de levar a arte um pouco mais a sério veio da adolescência e foi amadurecendo com o passar dos anos”, explica.
Em 2013, João Victor idealizou o projeto Rádio Moleque, espaço para divulgar sua arte e composições. “Tinha a necessidade de compor e expressar ideias, mas não havia nada concreto. Das vivências entre amigos e o reflexo dos primeiros passos foram tomando proporções inesperadas, surgindo o Rádio Moleque. É uma espécie de laboratório, uma assinatura”.
Ilustrações, músicas e vídeos. Esses são os pilares de sustentação do Rádio Moleque, onde as diferentes plataformas de linguagem se complementam. “O conteúdo abordado é basicamente inteiro de críticas e provocações contra todo tipo de ideia e cultura excludente. A mensagem que sempre quis passar é de respeito, igualdade e amor ao próximo, muito embora esse amor esteja nas entrelinhas da revolta ou do deboche”.
Em pouco tempo o Rádio Moleque teve reconhecimento do trabalho desenvolvido. Ele conquistou o prêmio de segundo colocado em concurso nacional de rap, organizado pelo canal N², e ficou entre as 10 melhores atrações de Adamantina e região em festival de talentos aberto a todos os estilos.
“Espaço há, o que falta é interesse para financiar, mas ainda sim periodicamente acontece alguma coisa por conta de algumas pessoas que fazem resistência a estagnação cultural. O hip hop abriga todos, tem espaço pra todos os tipos de arte”.
Embora, inicialmente o Rádio Moleque tenha surgido para expressar as ideias e sentimentos do jovem compositor, João Victor espera continuar desenvolvendo com este projeto com rap. “Tenho pés no chão com metas. Esse tipo de trabalho não é como um investimento financeiro em que você coloca dinheiro e tempo com a expectativa de obter retorno em determinado prazo. Por isso, me preocupo com o processo em si, espero no futuro poder trabalhar em projetos ainda maiores do que uma mixtape, explorar timbres que não foram explorados. Quero melhorar como artista e ser humano. Tocar corações”, comenta.
Quem quiser conhecer mais o trabalho de João Victor, por meio do Rádio Moleque, basta acessar: http://www.radiomoleque.com/.