Com quatro casos por mês, estupros crescem na região, aponta SSP

Adamantina e Pacaembu, com três ocorrências cada, são os municípios que tiveram mais casos em 2016.

O caso da jovem de 16 anos que teria sido estuprada por pelo menos 30 homens no Rio de Janeiro, que chocou todo o país, traduz a violência cometida diariamente contra mulheres no Brasil. Somente este ano, a microrregião de Adamantina registrou 17 estupros nos quatros primeiros meses, uma média mensal de 4,25 ocorrências, número maior que de 2015 quando foram registrados média de dois casos por mês.

Os dados fazem parte do balanço mensal divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).

Adamantina e Pacaembu, com três ocorrências cada, são os municípios que tiveram mais casos em 2016. Mas há registros ainda em Flora Rica, Flórida Paulista, Irapuru, Mariápolis, Osvaldo Cruz, Parapuã, Pracinha e Rinópolis.

A delegada Patrícia Tranche Vasques, responsável pelas DDMs (Delegacias de Defesa das Mulheres) de Adamantina e Osvaldo Cruz, explica que os estupros são relações sexuais ou qualquer ato libidinoso praticados mediante violência ou grave ameaça à vítima. “São casos ocorridos sem o consentimento da vítima, ou relações sexuais ou qualquer ato libidinoso praticados com menores de 14 anos, com alguma enfermidade, incapacidade mental ou em situações em que a vítima não pode oferecer resistência, sendo chamados estupro de vulnerável”.

Fonte: Secretaria da Segurança Pública
Fonte: Secretaria da Segurança Pública

Diferentemente de delitos como furto e roubo, em que a vítima procura a delegacia, no caso de crimes contra a mulher os registros são subnotificados. “A violência sexual ocorre no oculto, lugares ermos, em âmbito doméstico, em que não tem testemunhas e na maioria das vezes há uma ameaça em que se a vítima relatar os fatos a alguém poderá ser agredida ou morta, tanto ela quanto os familiares”.

Após feita a denúncia, a DDM registra boletim de ocorrência e instaura Inquérito Policial para realizar investigação que comprove os fatos e autoria.
“Nestes últimos anos, com a evolução da informática, as pessoas se sentem mais seguras para delatarem os fatos, mesmo porque se ocorrem no âmbito doméstico existem medidas protetivas que asseguram sua segurança”.

A delegada dá ainda algumas dicas. “Saber com quem se relacionam tanto no trabalho, nas amizades, na escola; com quem mantém contato através das redes sociais, especialmente nos aplicativos WhatsApp e Facebook; se chegar sozinha em casa verificar nas proximidades possível perigo; evitar sair e andar sozinha pelas ruas; não expor sua vida privada e seu cotidiano nas redes sociais; e qualquer indício de convites de cunho sexual entrar em contato com a DDM”, finaliza.

FONTEPor JOÃO VINÍCIUS / Grupo Impacto
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