Um levantamento realizado pela Polícia Civil aponta que o esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares de deputados estaduais e federais ainda não identificados destinadas a hospitais filantrópicos, com compra superfaturada de equipamentos médico-hospitalares, pode chegar ao montante de R$ 20 milhões, somente no Estado de São Paulo. Quatro homens foram presos nesta quinta-feira (2) por suposto envolvimento com o caso – um em Presidente Prudente, dois em Cuiabá (MT) e um em Aparecida de Goiânia (GO).
A Operação Sanctrorum, deflagrada na manhã desta quinta-feira (2) nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Goiás, é o resultado de cerca de três meses de investigações sobre o esquema de superfaturamento de notas fiscais e desvio de verbas parlamentares destinadas a hospitais filantrópicos.
Durante a operação, os primeiros mandados de prisões temporárias por cinco dias foram cumpridos contra Ronildo Pereira de Medeiros, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, detidos em Cuiabá (MT), e Gilmar Aparecido Alves Bernardes, em Presidente Prudente.
Segundo o delegado Éverson Aparecido Contelli, de Presidente Venceslau, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Goiânia (GO) e outros de busca e apreensão e prisão em Aparecida de Goiânia (GO), onde foi detido Denivaldo Mateus de Lima, apontado pela Polícia Civil como o responsável pela emissão das notas fiscais de medicamentos que não ingressaram na Santa Casa de Presidente Venceslau.
“Denivaldo Mateus de Lima é proprietário de uma empresa denominada Biotech, de revenda de equipamentos médicos hospitalares, mas a Polícia Civil apurou que no endereço indicado tinha apenas um barracão abandonado havia três anos”, explicou o delegado .
Conforme a Polícia Civil, Denivaldo Mateus de Lima, Ronildo Pereira de Medeiros e Luiz Antônio Trevisan Vedoin serão transferidos para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau, onde prestarão depoimento e, juntamente a Gilmar Aparecido Alves Bernardes, serão encaminhados posteriormente para a cadeia da cidade.
Depoimento
Segundo o delegado Éverson Aparecido Contelli, Gilmar Aparecido Alves Bernardes, preso em sua residência, em Presidente Prudente, prestou depoimento durante a tarde desta quinta-feira (2) na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau acompanhado do seu advogado. O delegado também informou que o conteúdo de suas declarações ainda não poderia ser divulgado.
Outro lado
A advogado Fahd Dib Júnior, que representa Luiz Antonio Trevisan Vedoin, disse na tarde desta quinta-feira (2) que já teve conhecimento do teor do inquérito instaurado pela Polícia Civil, porém, somente poderá se posicionar sobre o assunto nesta sexta-feira (3), após conversar com o seu cliente.
O advogado de Gilmar Aparecido Alves Bernardes, que se apresentou apenas como Arlindo, informou que não poderia falar sobre o assunto por ainda não ter tomado ciência do inquérito.
O G1 não conseguiu contato com os advogados de Ronildo Pereira de Medeiros e de Denivaldo Mateus de Lima.