A situação das UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) foi debatida em audiência no Ministério da Saúde na quarta-feira (29). Na região, apenas Tupã está com a unidade em funcionamento, mas com dificuldades.
Com despesa mensal de R$ 650 mil, a UPA de Tupã recebe apenas R$ 100 mil do Governo Federal, valor não reajustado desde 2012, apesar do crescimento da inflação e do aumento das despesas fixas, como salários e medicamentos.
Segundo o vereador Hélio José dos Santos, representante da Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista) na reunião, Adamantina também não tem recursos suficientes para custear a manutenção e equipe mínima exigida para funcionamento da unidade. “A UPA custará R$ 400 mil ao mês para Adamantina, sendo que a União só repassa R$ 100 mil para custeio seis meses depois do início dos atendimentos, tornando inviável na atual situação financeira da Prefeitura”.
Proposta
Com condição similar, Dracena e Osvaldo Cruz também buscaram alternativa para viabilizar o atendimento a população. “Ficou definido que cada município apresentará uma justificativa sobre as dificuldades financeiras para custear a UPA, terá que mostrar ainda que existe outro estabelecimento de saúde que presta o mesmo tipo de atendimento na cidade, que no caso são os Prontos Socorros, e uma proposta para utilização dos prédios, que pode ser um Posto de Saúde ou unidade de especialidades, por exemplo”, explica o vereador.
Somente Tupã tem interesse em continuar com a UPA em funcionamento na região. “Neste caso, será apresentada uma reestruturação dos tipos de atendimento e da finalidade da UPA”.
Todas as propostas deverão ser debatidas entre prefeituras, Câmaras Municipais, Conselhos de Saúde e Santas Casas. “No caso de Adamantina, iremos propor que a FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) também participe das discussões. Temos que encontrar uma alternativa viável para o atendimento da população, sem esquecer das demandas do curso de Medicina”, afirma Hélio.

Pedido
A reunião foi agendada pelo suplente de deputado federal Ricardo Bentinho Dias (PP) após requerimento do vereador Hélio ao presidente da Amnap, Samir Alberto Pernomian, para que buscasse apoio de outras autoridades na viabilização de alternativas a UPA. “Sabemos das dificuldades por que passam os municípios brasileiros, não diferente das cidades da Nova Alta Paulista. Por isso fizemos esta agenda com o ministro da Saúde, na tentativa de sensibilizá-lo quanto aos problemas relacionados as UPAs”, afirma Bentinho.
Audiência
A audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, contou com a participação do prefeito de Araçatuba, Carlos Hernandes, que também enfrenta dificuldades em relação ao custeio da UPA. Levantamento de fevereiro aponta que existem 136 UPAs finalizadas em todo o país, mas fechadas, segundo o Ministério da Saúde.
Participaram ainda da reunião o deputado federal Fausto Pinato (PP), prefeito de Osvaldo Cruz Edmar Mazucato e as secretárias de Saúde de Tupã, Rosângela Urel, e de Herculândia, Renata Guilherme. “A audiência foi muito produtiva, superando as expectativas. O ministro entendeu as dificuldades de se implantar a UPA, e agora buscaremos uma alternativa para viabilizar o atendimento. A Amnap também protocolou sugestões para a destinação dos prédios no Ministério da Saúde”, disse Hélio.
Pronto Socorro
O vereador ressalta também que, caso a UPA tenha outra finalizada buscará recursos para melhorar o atendimento no pronto atendimento local. “Se o Ministério da Saúde acolher nossa proposta a ideia é fortalecer, melhorar e ampliar a estrutura do Pronto Socorro, até mesmo com os equipamentos que foram adquiridos para a UPA”, finaliza.