A Polícia Civil prendeu na tarde desta segunda-feira (6) o provedor afastado da Santa Casa de Presidente Venceslau, Antônio José Aldrighi dos Santos. Ele foi abordado por volta das 15h45, em um prédio comercial no Centro da cidade. A Justiça atendeu a um pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária de Santos por cinco dias. Ele, que foi levado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), é um dos investigados no âmbito da Operação Sanctorum, que apura um suposto esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares na área da saúde.
“Inicialmente foi pedido apenas o afastamento. Porém, na vépera da Operação Sanctorum [dia 1º], descobrimos que ele [Santos] e membros da organização criminosa tiveram um encontro. Por isso, optamos pela representação da prisão”, salientou ao G1 o delegado responsável pelo caso, Éverson Aparecido Contelli.
Nesta segunda-feira (6), a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a prestação de serviços da empresa Ajas Construtora S/C Ltda., no valor de R$ 100 mil, para a Santa Casa de Presidente Venceslau. Segundo a corporação, essa empreiteira pertence a Antônio José Aldrighi dos Santos.
Ainda conforme a polícia, “Ajas” é o termo formado pelas iniciais do nome do provedor afastado. Ele aparece como sócio-administrador da empresa, com outras duas pessoas – um homem e uma mulher -, segundo consta no site do Ministério da Fazenda, na consulta do Quadro de Sócios e Administradores (QSA) junto ao Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
A sede da construtora é na Avenida Dom Pedro II, no Centro de Presidente Venceslau, conforme o CNPJ. A situação cadastral é “ativa” e a data de abertura é 11 de setembro de 1992.
A nota fiscal emitida para a Irmandade Santa Casa de Presidente Venceslau é do dia 26 de fevereiro de 2013. Na discriminação dos serviços, constam: “mão de obra de reforma, adequação da cozinha, vestiário e lavanderia”. O valor total é de R$ 100 mil.
Essa nota fiscal foi apreendida no escritório de Santos, que foi afastado pela Justiça de seu cargo como provedor do hospital, após a deflagração da Operação Sanctorum, no dia 2. Ele estava na administração da unidade de saúde desde 2009.
“Vamos apurar no inquérito se houve essa prestação de serviços ou não. Se houve, em quais circunstâncias foram prestados. A empresa é, sim, do provedor afastado e é no mínimo suspeito uma empresa dele prestar serviços para a Santa Casa”, explicou o delegado Éverson Aparecido Contelli.
Ele enfatizou que foi aberto um inquérito à parte, pois não há, por enquanto, relação desse fato com o investigado na Operação Sanctorum. “Será investigado se houve algum tipo de crime, como estelionato, caso não tenha sido prestado o serviço. Se foi pagamento com verba pública, pode configurar peculato”, salientou Contelli.
O advogado Pedro Augusto Oberlaender Neto, que atua na defesa do provedor afastado, informou que ele e seu cliente sabem da apreensão da nota, mas que o documento não foi utilizado.
“As duas vias foram apreendidas, estão lá. Como o inquérito não foi aberto para a manifestação, por enquanto, é o que podemos falar”, frisou o advogado.