Com uma dívida milionária, que ultrapassa R$ 14 milhões (referentes a débitos nas esferas Federal, Estadual e Municipal), o prefeito de Adamantina, João Eduardo Barbosa Pacheco (PSDB) luta para conseguir administrar as contas de uma das maiores prefeituras da região. Mesmo com a execução de várias medidas drásticas de economia nos últimos meses, com a finalidade de equilibrar as contas públicas, até o momento a Prefeitura conseguiu economizar 5,68% da dívida total, o que correspondente a R$ 854.745,59.
Desafios
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Há sete meses à frente da Secretaria Municipal de Finanças, Gustavo Taniguchi Rufino abre os cofres municipais ao IMPACTO e revela qual o desafio de comandar a pasta, considerada o ‘coração da Administração Municipal’. “O principal desafio nesta gestão é tentar diminuir o déficit financeiro que a Prefeitura se encontra e colocar em dia os pagamentos com os nossos fornecedores, porém, este é um desafio que tem que ser acolhido por todos os funcionários deste órgão, pois não adianta em nada traçarmos metas se todas as frentes de trabalho não estiverem voltadas a tentar economizar e a zelar por nosso patrimônio. Somente aceitei este árduo desafio, por ter na Secretaria de Finanças servidores qualificados possibilitando desta forma encontrar meios de controlar financeiramente a Prefeitura”, afirma.
Tamanho da dívida
Gustavo enfatiza que a situação financeira da Prefeitura de Adamantina é muito grave e vem piorando com a queda da receita ocorrida nos últimos dois anos. “De 2015 para 2016 a Prefeitura passou com R$ 15.039.118,61 de restos a pagar geral, hoje à dívida de 2015 é de R$ 8.147.127,83, portanto pagamos até 30 de junho de 2016 a importância de R$ 6.891.990,78. Porém deve ser somada a dívida de 2015 os compromissos de 2016 que já foram liquidados e ainda não foram pagos que totalizam R$ 6.037.245,19. Portanto a dívida total do município é de R$ 14.184.373,02 (nas esferas Federal, Estadual e Municipal)”, afirma. O secretário continua: “Hoje a prefeitura tem uma dívida de recursos próprios no valor de R$ 4,7 milhões, dados até junho de 2016. Os recursos próprios são os recursos dos impostos que pagamos para o município somado as transferências constitucionais”.
Acompanhamento do prefeito
O secretário pondera que o prefeito Pacheco tem conhecimento da situação crítica que o município atravessa neste momento. “O prefeito tem tomado medidas ‘amargas’, porém, extremamente necessárias, sem as quais seria impossível viabilizar a administração por mais de dois meses. Apesar disso, em momento algum ele demonstrou a intenção de desistir, porque compreende a importância e a dedicação dos seus colaboradores [secretários e diretores] e compreensão da população, bem como da sua atuação no comando do Executivo neste momento decisivo que Adamantina atravessa. O prefeito sempre diz que não há nenhum salvador da pátria. Todos são responsáveis”, enfatiza Gustavo.
Salário do funcionalismo
Gustavo confirma que existe a possibilidade de atraso no salário dos servidores municipais. “Devido a queda da arrecadação, infelizmente isso pode ocorrer. Estamos fazendo de tudo para honrarmos os salários do funcionalismo”,diz
Nome sujo na praça
Devido a crise financeira a Prefeitura enfrenta dificuldades para pagar fornecedores, situação que complica ainda mais a credibilidade do órgão público. “Se analisarmos as contas da Prefeitura apenas de 2016 a prefeitura vem tendo um superávit de R$ 2.740.176,88, porém em virtude do Déficit ocorrido em 2015, que foi de R$ 10.266.997,83 que corresponde a 12,24% da receita arrecadada em 2015, apontado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Isso faz com que não tenhamos recursos suficientes para honrar em dia os compromissos assumidos. A principal dificuldade é esta. Como nossa dívida é muito grande perdemos a credibilidade com nossos fornecedores. Temos dificuldade em comprar a prazo, situação que dificulta a aquisição de produtos, equipamentos e remédios, por exemplo,” relata.
Economia
Questionado sobre a economia que a Prefeitura conseguirá alcançar com o funcionamento dos órgãos municipais por meio período, o secretário disse que haverá uma economia de pelo menos 20% com energia elétrica. “Por exemplo, com a energia elétrica houve uma redução de aproximadamente R$ 30 mil/mês, uma vez que em junho de 2015 pagava-se R$ 93 mil e no mesmo período em 2016 pagamos R$ 63 mil, sabemos que houve uma alteração na tarifação, mas é certo que houve pelo menos uma economia de 20%. Outro exemplo é o consumo de combustível em 2015 eram realizados quatro pedidos mensais, com a redução passamos a pedir três vezes no mês”, afirma.
Próximo gestor
O secretário não soube mensurar quanto da dívida, a Prefeitura conseguirá diminuir até o fim deste mandato que se encerra em dezembro. O que se sabe é que o próximo prefeito que vier a comandar Adamantina terá um grande desafio pela frente.