São muitas as novidades na vida de uma pessoa que recebe o diagnóstico de câncer. Quimioterapia, radioterapia, sonda, cateter, remédios, queda de cabelo, diminuição da libido, enfraquecimento das unhas. Algumas engordam, outras emagrecem. As preocupações são diversas e muitas pessoas acabam deixando a prática física de lado.
No entanto, pesquisas científicas sugerem que o exercício físico não somente é seguro durante o tratamento, como traz também muitos benefícios para passar por essa fase com mais qualidade de vida. “O exercício melhora o funcionamento do corpo, diminui a sensação de fadiga causada pela quimioterapia, diminui a ansiedade e aumenta a autoestima”, informa a diretora médica do Instituto Quimioterapia e Beleza, Dra. Regina Chamon.
Além disso, os exercícios também ajudam a manter a composição corporal adequada (ou seja, a distribuição entre músculos, gordura e ossos no corpo), a diminuir a perda de massa muscular e a manter o coração funcionando bem. Pesquisas ainda apontam que a prática física durante e após o tratamento pode diminuir o risco de recorrência do câncer.
Mesmo com todos esses benefícios, é muito importante que as pessoas em tratamento de câncer tenham cuidado redobrado durante os exercícios. “Não adianta querer fazer toda a atividade física que seu corpo nunca fez, muito menos de uma vez só”, alerta a médica Regina Chamon. “Se você era sedentário, comece com atividades leves e de pouca duração. Dez minutinhos por dia de uma caminhada leve, já está de bom tamanho”, aconselha.
O ideal é que sejam feitos 150 minutos de atividade ao longo da semana, tempo este dividido entre exercícios de resistência muscular e aeróbicos, mas sempre de intensidade baixa. A médica alerta também para a importância de sempre consultar um médico, pois cada caso é um caso e “estar acompanhado por um bom educador físico e que tenha experiência em pacientes com câncer é fundamental”.
Para as pessoas que estão em tratamento de câncer, a médica Regina Chamon lista alguns cuidados que precisam ser observados:
– Anemia severa: deve-se postergar o início das atividades, até que a anemia tenha melhorado;
– Imunidade baixa: evite fazer exercício em locais públicos ou com muita gente, até que sua imunidade tenha melhorado;
– Radioterapia: deixa a pele sensível, então, é prudente evitar piscinas com água clorada;
– Cateteres e sondas: cuidado com água da piscina, mar ou lago para evitar contaminação por micro-organismos indesejados. Também evite fazer exercícios de resistência nos grupos musculares próximo ao cateter ou sonda. Isso pode causar o seu deslocamento!
– Alteração da sensibilidade nos pés ou alterações no equilíbrio: a habilidade de fazer exercícios que utilizam as pernas pode estar reduzida. Prefira atividades como, por exemplo, bicicletas ergométricas, cujo risco de queda é menor;
– Pessoas com acometimento ósseo (lesões ósseas ou osteoporose): as atividades devem ser orientadas a fim de evitar quedas ou lesões.