
Recriar e aproveitar. Foi a partir dessas percepções que o adamantinense José Bechara Neto, tomou a iniciativa de transformar sucata de ferro em peças decorativas, esculturas e acessórios.
O artista usa material garimpado em oficinas mecânicas de carro, moto e bicicletarias da cidade. Bechara nasceu com alma de artista.
A vida o transformou em educador físico (trabalha atualmente na Prefeitura de Lucélia), mas o amor pela arte fez com que ele conseguisse dar vazão ao dom de transformar descartes de ferro e peças de carro, moto e bicicleta sucateadas em decoração. Para o artista plástico, não existe limite para a imaginação.
Encaixando alguns pedaços de sucata constrói quadros, bicicletas, robô e até árvore de natal. O que para muitos é visto como sucata, nas mãos de Bechara se transforma em obras de arte.
Talento

Tudo começou de forma muito discreta e aos poucos ganhou força e dedicação. Com pedaços de arame o artista plástico começou a produção de peças decorativas. “Comecei a fazer esculturas em arame em 2003. Na época, encontrei um pedaço de arame no chão e tentei fazer uma bicicleta, em homenagem ao esporte que pratico. Meus alunos disseram que havia ficado bom, e então, pensei que poderia fazer peças mais elaboradas com temas variados”, conta.
“Depois de fazer um curso de solda com o artista dracenense, Davi Vieira, adquiri minha própria máquina de solda e comecei a produzir peças e ao longo dos anos fui me aperfeiçoando e desenvolvendo a técnica”, diz.
Trabalho complexo
É um trabalho complexo que envolve conhecimento e desenvolvimento de diferentes habilidades. “Para mim é uma atividade desafiadora, acredito que isso me impulsiona ainda mais adiante no sentido que querer aprender mais e melhorar a qualidade das peças para além de mim mais pessoas gostem do resultado final”, avalia.
Segundo o artista, o tempo para completar uma peça depende de vários fatores, principalmente da disponibilidade de tempo para trabalhar nelas, além de motivação ou inspiração, é claro. “Como não tenho nenhum compromisso com prazo, uma peça pode demorar meses para ficar pronta, mas por outro lado, já produzi peças que ficaram pronta em alguns minutos”, conta

Xodó
“A peça que mais me apeguei é um guerreiro medieval que coloquei em cima do portão de casa, já quiseram comprar, mas não vendo. Desde quando iniciei, comercializei poucas peças, pois não costumo expor em eventos, somente na internet. Já vendi uma escultura de um velocípede (tipo de bicicleta antiga) para um morador de uma cidade do Rio Grande do Sul, além de peças para decorar lojas de roupas e calçados aqui mesmo em Adamantina”, conta.
Bechara diz que as peças médias são vendidas por R$ 30. “Fora isso, costumo presentear amigos com peças que sejam relacionadas a alguma atividade que eles façam”.
Hobby
Para o artista plástico o trabalho com as peças tem finalidade terapêutica. “Combate o estresse e até esqueço do tempo quando estou no meu “estúdio” que na verdade é a garagem de casa”, enfatiza.
Bechara conta que a família o apóia 100%. “O apoio é tanto que minha casa está repleta de esculturas que minha esposa “confisca” para decorar a casa”, afirma.
Sonho
E como não para de produzir, o artista sonha alto. “Tenho como meta realizar uma grande exposição de arte. Ver tudo reunido em um belo espaço, seria uma grande realização para mim.” encerra.
Quem quiser conferir as peças é só entrar nas redes sociais na página NETO BECHARA