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domingo, 6 julho, 2025

Psicopedagogia intervém e reforça a capacidade de aprender em crianças e adolescentes

Psicopedagoga Angela Soares fala sobre o trabalho que ajuda crianças e adolescentes na aprendizagem.

Uma área profissional ainda pouco conhecida ganha espaço em Adamantina e região, sobretudo com a atuação da psicopedagoga Angela Soares. Ela se dedica na busca de novos caminhos que facilitem a aprendizagem de crianças e adolescentes no ambiente escolar, sobretudo aqueles que apresentem algum problema de aprendizagem escolar ou outro prejuízo ao próprio aprendizado, e que possa ser alvo de uma investigação e tratamento.

O trabalho silencioso em sua clínica, em Adamantina, que se desenvolve desde 2014, já permite resultados bastante transformadores e que permitiram novas perspectivas para crianças e adolescentes, com melhoras significativas no rendimento escolar, agradando também pais e professores.

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Angela disse que as principais demandas que chegam até sua clínica são de crianças e adolescentes, desde a pré-escola até o 9º ano. “Mas a aprendizagem é para todas as idades e não temos procura por adultos. Acreditamos que não por falta de demanda, mais por falta de conhecimento desse trabalho relacionado ao processo ensino-aprendizagem”, pondera. “Há também um desconhecimento por parte dos pais quanto a atuação do psicopedagogo”, completa a profissional.

Ela destaca que o atendimento psicopedagógico tem como objetivo minimizar as dificuldades de aprendizagem. “Não tem um tempo marcado para terminar, mas é importante começar”, ressalta. “Geralmente o professor percebe na sala de aula quando o aluno não consegue aprender apesar de usar diferentes metodologias, tira notas baixas, não consegue acompanhar o ritmo da classe”, completa.

psicopedagogia-circComo identificar os sinais

Angela relata que costuma falar para os pais que é na escola onde aparecem os primeiros sinais de que algo não vai bem à aprendizagem dos filhos. “Algumas vezes aparece logo no início da escolaridade outras vezes nos anos escolares mais adiantados quando o nível de desafio é maior”, avisa. “Que levem em consideração a queixa do professor e do próprio filho e não demore a buscar ajuda, pois muitas vezes espera-se agravar mais a situação quando já há um sentimento de fracasso, defasagem idade/ano escolar ou mesmo a retenção”, reforça o alerta.

A observação permite, naturalmente, certos questionamentos naturais nesse cenário, os quais Angela exemplifica. Dos professores, partem comentários como “Não sei o que fazer com este aluno, eu explico, explico e ele não assimila nada” ou “Este aluno não presta atenção na aula, só vai bem  em português” ou o contrário na matemática”, bem como “Este aluno não vai bem à escola e a família não ajuda em nada”. Da parte do aluno, o que se houve são relatos de baixa autoestima:  “não consigo aprender, acho que não sou capaz” ou “não consigo entender o que o professor fala”, e “sou relaxado, não presto atenção na aula”.

Segundo Angela, a procura para o atendimento psicopedagógico se dá a partir de uma queixa. “A queixa se constitui de uma reclamação, de um sintoma, de algo que não vai bem com o sujeito, com seu processo de aprendizagem”, explica. “Essa queixa deve ser investigada pelo psicopedagogo com intuito de esclarecer o porquê da não aprendizagem, o motivo da reclamação – seja da família, da escola e até mesmo do próprio sujeito. O psicopedagogo precisa “ouvir” esta queixa, analisá-la, interpretá-la e, assim, seguir no seu processo de investigação/avaliação”, completa.

Primeira etapa do tratamento: o diagnóstico

Angela explica que o tratamento psicopedagógico é realizado em dois momentos: o diagnóstico e a intervenção. No primeiro momento alguns instrumentos formais são utilizados em sessões diagnósticas. “Desde já, destacamos que estes são apenas referenciais”, reforça.

Ela salienta que não existe um modelo pronto e acabado de avaliação psicopedagógica. “Não há como dizer a você que basta aplicar estes ou aqueles instrumentos e pronto: descobriu-se e resolveu-se a dificuldade de aprendizagem do sujeito. Que bom se assim fosse!”, esclarece. “Essa criança ou adolescente faz parte de um todo e não podemos identificá-lo por partes. Este é o olhar que o profissional precisa ter ao aplicar um instrumento de avaliação”, continua.

Ainda dentro da composição do diagnóstico, Angela destaca outros aspectos que permitam a visão integral da criança e do adolescente. “Faz-se necessário perceber que o sujeito que está a sua frente possui conhecimentos, afetos, se relaciona com os outros, faz parte de um contexto escolar, se organiza de uma determinada maneira”, disse. “O psicopedagogo já deve ter formado uma visão global do indivíduo sua contextualização na família, na escola e no meio social em que vive. Deve ter uma compreensão de seu modelo de aprendizagem, o que já aprendeu, o que pode aprender. O relatório tem como finalidade resumir as conclusões a que se chegou na busca de respostas às perguntas iniciais que motivaram o diagnóstico”, destaca.

Durante as sessões com o psicopedagogo, são utilizados diversos recursos com a finalidade de descobrir os estilos de aprendizagem do paciente. (Foto: Reprodução/Internet)

Segunda etapa do tratamento: a intervenção psicopedagógica

Agora, Angela destaca os aspectos que norteiam a segunda etapa do tratamento: a intervenção pedagógica, cujos referenciais sobre a criança e o adolescente foram extraídos na fase do diagnóstico. “A partir do estudo da origem da dificuldade em aprender, o psicopedagogo desenvolve atividades que estimulam as funções cognitivas que não estão ativadas no paciente, e a questão afetiva e social”, relata. “O psicopedagogo contribui para a construção da autonomia e independência, através da relação com “como eu aprendo” e “como me relaciono com o saber””, destaca.

Durante as sessões com o psicopedagogo, segundo Angela, são utilizados recursos como jogos, livros e computador, com a finalidade de descobrir os estilos de aprendizagem do paciente, como ritmos, hábitos adquiridos, motivações, ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender. “O psicopedagogo tem a função de auxiliar o indivíduo que não aprende a se encontrar nesse processo, além de ajudá-lo a desenvolver habilidades para isso”, ressalta Angela.

A grande recompensa: os resultado

Angela destaca que, cumprida essa dinâmica, e considerando a disponibilidade da criança e do adolescente, apoio familiar e na própria escola, os resultados finais são gratificantes. “Eles chegam na clínica e falam “eu tenho uma surpresa pra você e mostram as boas notas que obtiveram na avaliação” O sorriso deles nesse momento é emocionante, evidenciando a confiança em si mesmo e a capacidade de aprender”, comemora. “O retorno também vem com o relato dos pais das reuniões com a professora e estas dizem que a criança melhorou”, completa.

“Temos que manter nossas crianças confiantes e interessadas pela escola, pois tem um período escolar obrigatório de 14 anos, período em que surgem outros apelos que concorrem com isso, como a TV, a internet e os games. Nesse desafio, de aproveitar ao máximo esse tempo de aprendizagem, os pais devem estar atentos, motivados e apoiarem seus filhos, acompanhar a vida escolar e ter uma atuação que estimule, motive e reconheça cada superação alcançada”, reforça a psicopedagoga.

Angela Soares é professora da Rede Municipal de Ensino (desde 1999), foi Coordenadora Pedagógica- EMEF Navarro de Andrade (2003 a 2011), Assessora Técnica Pedagógica- Secretaria Municipal de Educação (2011-2012), Formadora de Professores Alfabetizadores – Programa Letra e Vida e Ler e Escrever (2005-2012) e Supervisora do PIBID/CAPPES/FAI (2013-2016). Desde abril deste ano é Secretária Municipal de Educação de Adamantina 2016. Ela desenvolve Psicopedagogia Clínica desde 2014, e atende na Clínica instalada em Adamantina, na Alameda Armando Salles de Oliveira, 711, fone (18) 3522-8168.

Saiba mais em

www.facebook.com/AngelaSoaresPsicopedagoga

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