No próximo dia 6, será realizada a primeira sessão ordinária do ano na Câmara Municipal de Parapuã, marcando o início da gestão do novo presidente, Roberto Carlos Pereira, o Robertinho (PV).
Em entrevista ao IMPACTO, o vereador diz que pretende colocar em prática “um novo jeito de pensar e fazer política”. Confira:
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Porque acredita que recebeu a confiança dos vereadores?
Após as eleições municipais acontece outro pleito, que é da presidência da Câmara. Mediante isso, às vezes aparece candidato unânime ou não. No caso não houve unanimidade e no exercício da democracia, a maioria optou pelo meu nome para ser presidente no primeiro biênio.
Depois de ter sido eleito, não sou presidente apenas dos cinco que me elegeram, mas, sim, de todos os vereadores. Esse é meu desejo, confiar e receber a confiança dos parlamentares e da população em geral.
Como pretende conduzir os trabalhos do Legislativo?
Pretendo agir tratando todos com igualdade, conduzindo os trabalhos com respeito e democracia. Todos os vereadores terão seu espaço respeitado em relação a tempo e direito, vivendo aquela máxima de que “o meu espaço termina onde começa o do outro”.
Acredito que se todos tiverem o seu espaço respeitado, os trabalhos serão conduzidos facilmente. Todos foram eleitos democraticamente e têm os mesmos direitos, e esses direitos devem ser respeitados por esse presidente.
E como deve ser a relação com o Executivo?
São poderes diferentes. O Legislativo, no caso, tem como principais funções criar leis e fiscalizar o Executivo. E o que a população mais quer é ver uma Câmara falando a mesma língua e trabalhando harmoniosamente com o Executivo.
A principal ideia é ajudar o prefeito [Gilmar Martin Martins], sua equipe e secretários a administrar de acordo com o que é melhor para nossa comunidade. Para isso, a Câmara tem que trabalhar em harmonia uns com os outros e com o Executivo. Como disse, são poderes diferentes, mas que tem o mesmo desejo de trabalhar pela população.
Quais os principais desafios a serem enfrentados em Parapuã?
Temos que fazer o possível para melhorar a nossa saúde, setor que tem tido problemas em todo país, dando condições para que nossos profissionais e gestores possam desempenhar suas funções, pois todos são capacitados.
Mas, a questão de geração de emprego deve ser prioridade, trazer empresas e dar condições para que elas se instalem no município e, assim, gerar empregos para a população. Isso alivia o setor social, pois o povo não quer ficar pedindo no Fundo Social, mas, sim, trabalhar para realizar seus sonhos e colocar comida na mesa da sua família.
Portanto, são prioridades: Emprego, Saúde, Atendimento Social e, como é minha marca registrada, o Esporte.
As sessões da Câmara são marcadas pela pouca, ou quase nada, participação da população. Como reverter essa situação?
Fazer o povo participar das sessões camarárias é meta de todo político de bem. Muitas vezes, os políticos na Câmara têm uma reação diferente da que tem quando está nas ruas e em mídias sociais. Essa manipulação faz com que o povo veja os bons políticos como maus e vice-versa. Se a população fosse às sessões, poderia observar e analisar cada político por si e não por trechos de matérias ou por falsas promoções de imagem.
Em Parapuã, temos transmissão das sessões via internet, que foi um projeto de minha iniciativa quando o vereador Wellington [César Gonçalves de Aguiar] era presidente e a mesa diretora seguinte, com o comando do Marcos [Antônio Marques], colocou em prática.
Nesses últimos anos, muitas pessoas assistiam pela internet, mas tínhamos dificuldades nas transmissões. Quando assumi, um dos meus primeiros atos foi pedir que fosse reavaliado o sistema de transmissão e estaremos estreando na primeira sessão um novo, mais barato e mais eficiente meio de transmissão via internet, para que o povo participe de onde estiver.
Vamos também fazer divulgação dos projetos em pauta nas sessões para analisarem o comportamento de seus representantes.
Qual a marca que pretende deixar a frente da presidência da Câmara?
Simplesmente a marca de um presidente democrático, conciliador, que respeita os nobres pares, o Executivo e, principalmente, a população. Pensar diferente não quer dizer que você tem que odiar o próximo, pensar diferente e respeitar a opinião contrária, isso é democracia.
Qual sua mensagem para população?
Sou filho de uma varredeira de rua que morreu exercendo sua função (varrendo um prédio público), irmão de bóia-frias e um caminhoneiro. Casado há 27 anos e pai de dois filhos. Que saiu da pobreza extrema e resolveu estudar depois de velho por não ter conseguido alcançar o que objetivou como jogador. Sempre preocupado com o próximo entrou para política e conseguiu chegar à presidência da Câmara.
As coisas sempre foram difíceis na minha vida e não seria agora que passaria por facilidades.
Em respeito a meus filhos, meus irmãos, minha esposa, meus amigos e, sobretudo à memória de dona Lazinha, tenho o dever de ajudar meus nobres pares e o Poder Executivo a fazer uma grande gestão para ao final dos próximos dois anos, como presidente, sair como orgulho dessas pessoas que citei.
Algumas convicções que tenho dizem que não devo fazer carreira política e, sim profissional (política não é profissão), então tenho que buscar estabilidade como professor de educação física, portanto na política tenho que dar meu melhor para o bem desse povo que tanto sofre.
Sofrimento que eu bem sei como é, pois senti na própria carne, quando minha mãe, após a morte de meu pai, decidiu nos criar sozinha. Sofrimento que sentimos eu e minha esposa quando decidimos deixar tudo para estudar nossos filhos.
Tudo o que tive de dificuldade, esse povo também tem! E por isso quero ajudar (junto com meus pares vereadores) o Gilmar e o Milton a fazerem uma boa Administração, para que o sofrimento da população pelo menos diminua.
Sei que não podemos fazer tudo, mas podemos ajudar. Espero que tudo de certo e fica um recado para a Administração atual, vocês terão nesta Câmara parceiros, que precisam ajudar mudar a imagem dos políticos do nosso município e país.