Degustei novamente o Viña Gravonia, Crianza, 2004 que havia conhecido em um evento na Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, no ano passado, em São Paulo. Essa garrafa havia ganho de presente de natal da minha esposa e a degustamos acompanhada com um belo bacalhau ao forno e a companhia de amigos.
O Viña Gravonia, Crianza, 2004, é um branco surpreendente, o melhor branco que já tomei.
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Normalmente os vinhos brancos são feitos para serem consumidos jovens. Não é comum um branco de guarda. O Viña Gravonia, entretanto, é safra 2004, amadurecido por quatro anos em barricas de carvalho e envelhecido na garrafa até agora e que mostrou vibrante, saboroso, suculento.
Produzido na Rioja, Espanha, pela afamadíssima bodega Viña Tondonia, com a uva branca mais cultivada por lá, a Viura (também chamada de Macabeo em algumas regiões) é um vinho rico, complexo, potente, encorpado e ao mesmo tempo delicado, sutil, arrebatador.
Sua cor é amarelo dourado. De início apresentou aroma de mel e flor de laranjeira, mas passado algum tempo foi abrindo na taça e apresentou aromas cada vez mais intensos: melado, baunilha, amêndoas, frutas cítricas. Na boca mostrou-se denso, untuoso, aveludado, quase licoroso, destacando a madeira. Boa acidez, final longo e persistente, deixando sabor de mel, pudim de leite condensado e baunilha.
Muito gastronômico, fez harmonização perfeita com bacalhau ao forno. Aliás, os vinhos brancos barricados sempre combinam muito bem com pratos de bacalhau. São escolhas certas.
Enfim, é um daqueles vinhos divino, elegante, com personalidade forte, que não podemos passar por esta vida sem degustá-lo.
De quebra ainda abrimos a noite tomando um espumante espanhol Reyes de Aragon, brut nature e fechamos com um vinho generoso português, “Moscatel de Setúbal”, da Vinícola Bacalhoa, que acompanhou as sobremesas: creme brulée e arroz doce.