Alguns vinhos estampam essas expressões em seus rótulos, outros, entretanto, nada dizem. O que isso significa?
De forma geral podemos dizer que quando o rótulo traz a expressão “reserva” ou “gran reserva” isso significa que o vinho amadureceu por certo tempo em barris de carvalho. O objetivo é tornar os taninos do vinho mais suaves e acrescentar sabores, sobretudo de baunilha, característico do carvalho.
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O fato do vinho não estagiar em madeira não significa que seja de qualidade inferior. Há muitos vinhos caríssimos e de alta qualidade que não passam por madeira. Geralmente esses vinhos são feitos para serem tomados mais jovens e destacam o sabor de frutas e frescor.
Quando um rótulo diz que o vinho é “reserva” significa que ele ficou certo tempo amadurecendo em barris de carvalho. Um “gran reserva” ficou um tempo maior. Contudo, não há um tempo exato porque isso depende das normas de cada país ou de cada região produtora.
A Itália e a Espanha são os países que possuem a legislação mais rígida nesse aspecto. Na Espanha, por exemplo, para ser considerado “reserva” os vinhos tintos tem que passar pelo menos um ano em barril de carvalho e mais dois 2 anos na garrafa antes de serem comercializados. Brancos e rosados, 18 meses, com mínimo de 6 meses na madeira. Os “gran reservas”, devem ter pelo 5 anos de envelhecimento, sendo 2 na madeira. Brancos e rosados, 48 meses, 6 deles em carvalho. Os espanhóis ainda utilizam uma classificação chamada de “crianza”, que ao contrário do que o censo comum possa imaginar não significa um vinho jovem (crianza em espanhol significa criado), mas um vinho com envelhecimento de pelo menos um ano em carvalho e seis meses em garrafa (José Ivan Santos. Vinhos: o essencial. Editora Senac).
Na Itália cada região possui seu regulamento, todavia, quando o vinho é um “riserva” significa que passou pelo menos 2 anos em barris de carvalho.
Em outros países, como no Brasil, Chile e Argentina, não há uma legislação específica e cada produtor define o tempo de amadurecimento de seus vinhos. Certo é, porém, que se o vinho estiver classificado como “reserva” passou determinado tempo na madeira. Os “gran reservas” passam tempo maior e normalmente significa que o produtor usou suas melhores uvas para a produção.
Já os “reservados” são os vinhos mais simples de cada vinícola, chamados de “vinhos de entrada”, produzidos em grande quantidade, não estagiam em madeira e muitas vezes são feitos com produto misturado de safras distintas, ou seja, a qualidade não está garantida, bem por isso são mais baratos. Na verdade o termo “reservado” não tem qualquer conotação técnica e é utilizado como jogada de marketing pelas empresas. Eu não compro vinho reservado.
Há ainda rótulos que trazem as expressões “reserva da família” ou “reserva especial” que tecnicamente não tem nenhum significado e não garantem que o vinho é de qualidade. Trata-se, igualmente, de estratégia de marketing.
De forma geral os vinhos “reservas” podem ser guardados por certo tempo; “os gran reservas” por tempo maior e os que não possuem nenhuma indicação são feitos para serem bebidos mais jovens.