A Secretaria da Educação de São Paulo suspendeu temporariamente, a partir desta segunda-feira (20), o consumo de carne na merenda oferecida pelas cinco mil escolas da rede estadual paulista aos alunos. A medida foi adotada, segundo a pasta, por segurança, após a operação Carne Fraca apontar na última sexta-feira (17) fraude na liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos no país.
Por meio de uma circular, emitida pelo Diretor do Departamento de Alimentação e Assistência ao Aluno, Roberto Liberato, a direção das escolas foi orientada a suspender uma lista de oito alimentos, entre congelados e estocáveis, do cardápio da merenda. São elas as carnes bovinas, salsicha e peito de frango. A origem dos produtos comprados pelo governo para merenda não foi informada.
No lugar dos itens retirados do cardápio serão servidos alimentos como sardinha e atum enlatados, ovos, carne suína, legumes, verdura, feijão e molhos. Não haverá prejuízo à alimentação dos alunos, garantiu a secretaria.
O estoque dos alimentos suspensos vai passar por uma nova fiscalização. “Tendo em vista procedimentos de controle de qualidade do produto entregue, solicitamos a suspensão do produto pelos próximo 20 dias”, disse trecho do comunicado enviado às unidades. Os itens são:
– salsicha de peru congelada
– carne bovina moída congelada
– carne bovina em iscas congelada
– carne bovina em cubos congelada
– salsicha hot dog congelada
– carne bovina em cubos (embalada sem necessidade de refrigeração ‘pouch’)
– carne bovina enlatada (embalada sem necessidade de refrigeração ‘pouch’)
– peito de frango em cubos (embalada sem necessidade de refrigeração ‘pouch‘)
A maneira como a ação de fiscalização será feita não foi informada pela pasta. O prazo para suspensão dos embutidos e carnes no cardápio escolar pode ser estendida.
Operação
A operação deflagrada pela PF na última sexta foi a maior de sua história e revelou que empresas do setor alimentício, incluindo as as gigantes JBS e a BRF, acusadas de adulterar a carne que vendiam no mercado interno e externo. A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam dinheiro para afrouxar a fiscalização e liberar a comercialização de carne vencida e adulterada.
A pasta não informou até a publicação desta reportagem os nomes dos frigoríficos e empresas alimentícias fornecedoras dos alimentos suspensos à rede estadual.
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