Ao passar dos anos, as mulheres vêem mostrando que são competentes para exercer qualquer cargo ou função, inclusive ser militar. Apesar de há 40 anos as mulheres fazerem parte do Corpo de Bombeiros, somente este ano Adamantina começou a contar com uma soldado na corporação.
Com 26 anos, Karoline Medeiros Novaes é exemplo de fé, força de vontade e foco. A jovem natural de Itapura (SP), região de Araçatuba, encontrou na carreira militar uma oportunidade de crescer profissionalmente, além de mostrar que, com dedicação, é possível concretizar sonhos.
“Como todo ser humano, busco crescer na vida. Venho do trabalho rural, já fui cortadora de cana, fiz diversos serviços pesados. A minha vontade de crescer me fez ingressar na Polícia Militar, onde enxerguei essa oportunidade para melhorar minha vida e de minha família. Abriu concurso, li o edital e resolvi tentar. Foram 50 mil inscritos para pouca mais de 2 mil vagas. Estudei, me preparei fisicamente, e graças a Deus consegui entrar na Polícia Militar. Não que o trabalho rural seja indigno, pelo contrário, se estou aqui é devido ao que passei antes, estava sendo preparada. Como em todas as profissões têm suas dificuldades, seus ônus e bônus, mas para entrar na Polícia Militar é diferente: é mais difícil. Assim, o que me motivou foi o que enxerguei um futuro, um crescimento”, destaca.
Ao passar no processo seletivo, a soldado ingressou na Polícia Militar e, no quinto mês de curso, surgiu o desejo de fazer parte do Corpo de Bombeiros. “Muita gente entra com a vontade de ser Bombeiro, mas o meu desejo surgiu dentro do curso. Todos admiram a profissão, mas não imaginava que uma mulher poderia ser, tinha a visão que não havia mulheres no Corpo de Bombeiros. Lá no curso vi que havia e que era possível, desde que tenhamos foco e nos preparamos para isso. A partir deste momento, comecei a admirar ainda mais essa profissão”, comenta.
Em novembro de 2.016, a soldado Medeiros se formou com outras 39 mulheres no curso que contou com 367 alunos. “Passamos por todos os treinamentos específicos para prestar o melhor atendimento à população, por todas as fases, como o gênero masculino. São 40 anos que a mulher está no Corpo de Bombeiros, como existem companheiras em Dracena e Osvaldo Cruz”.
E, hoje, a soldado, com os demais militares da corporação de Adamantina, são capacitados para atender qualquer tipo de ocorrência. “Desde um acidente veicular até um incêndio, temos que estar preparados. Pelo fato de Adamantina nunca ter tido uma Bombeiro, muitos demonstram surpresa durante a ocorrência, pois também acreditavam que não havia mulheres na corporação. Tem, e há muito tempo, e cada dia conquista mais espaço. Todos ficam surpresos, mas é uma surpresa boa, eles aceitam muito bem”, comenta.
A soldado Medeiros encontrou na família o apoio necessário para perseverar na correria militar. “A minha mãe me apoiou bastante, inclusive o sobrenome Medeiros é dela, uma homenagem por ser um exemplo de mulher guerreira. Sem a família não chegamos a lugar nenhum. Eles me apóiam, me admiram. Ser Bombeiro não me faz diferente de ninguém, todos têm seus valores em suas profissões. Sim, existe uma admiração, mas não me faz diferente de tantas outras mulheres que levam sua vida com muito esforço e dedicação”, enfatiza.
E, para as mulheres, a soldado Medeiros deixa a sua mensagem: “que continuem a lutar pela sua felicidade, pelos seus direitos, o caminho é árduo, mas é vitória é gratificante e possível”, finaliza.
