Volta e meia vemos no noticiário nacional informações sobre brigas entre alunos dentro e fora das dependências da escola. De socos a pontapés, os adolescentes vêm perdendo a noção de limite, deixando professores, funcionários, pais de alunos e demais colegas de classe cada vez mais assustados.
Essa realidade, que muitas vezes acreditamos estar distante, também acontece em Adamantina. Pais relataram ao IMPACTO que na última quinta-feira (4), uma briga “generalizada” entre os alunos da EE Profª. Fleurides Cavallini Menechino e EE Helen Keller assustou quem presenciou a cena, que ocorreu entre a saída dos estudantes do período da manhã e a entrada dos da tarde. “Foi uma correria, adolescente com uniforme do Helen Keller começaram a invadir o Fleurides para brigar. Ficaram pendurados nos alambrados quando o portão foi fechado, além de gritar e ofender o outro com palavras de baixo calão. É assustador o comportamento destes alunos”, afirma um pai que não quis se identificar.
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Outro, que também procurou o IMPACTO, disse temer pela integridade do filho, pois os estudantes estão “sem limites”. “Meu filho sempre relata briga entre alunos dentro da escola, mas acontece de forma isolada. Desta vez, o que me assustou foi à correria, empurra-empurra, deixando quem não tinha nada a ver com as brigas no meio da confusão. Algo precisa ser feito”, diz, indignado.
Ainda, na quinta-feira, outro fato que chamou a atenção, também ao redor das unidades escolares, foi à abordagem de um adolescente, de 15 anos, com drogas. Ele, que se portava em atitude suspeita, foi submetido à busca pessoal, sendo localizado pelos policiais militares que realizavam patrulhamento uma ponta de um cigarro artesanal de maconha, além de uma porção da mesma droga.
Indagado, o adolescente disse que é estudante e assumiu ser usuário de drogas, e que na oportunidade não havia adentrado à escola onde estuda. Ele relatou aos policiais ser morador em área rural e que se mudou para Adamantina há quatro meses.
Alerta
Apesar de distintos, mas que ocorreram próximos, os casos servem de alerta. O Capitão PM Júlio Romagnoli, comandante da 2ª Cia da PM de Adamantina, enfatiza que comunidade deve fazer sua parte e realizar denúncias como forma de prevenção.
“As escolas são um termômetro da sociedade. Às vezes os alunos extrapolam os limites da disciplina e a presença da Polícia Militar se faz necessária. A PM é aliada da comunidade e trabalha para proteger pais, alunos e professores. Por isso, a necessidade de denúncias ao 190 sobre indivíduos em atitude suspeita no perímetro escolar para resguardarmos a integridade dos estudantes”, diz.
O comandante da PM enfatiza, também, com a intensificação das denúncias, diminui o assédio de traficantes aos adolescentes. “Os traficantes precisam de novos consumidores. O jovem não vai atrás da droga, mas o entorpecente vai até ele. Assim, a comunidade tem papel primordial de auxílio ao trabalho da PM, que intensifica a fiscalização com a Ronda Escolar, o que inibe e diminui a atuação deste traficante”, explica.
Ainda, de acordo com Capitão Julio, o tema ‘drogas’ deve ser trabalho pela família, como é realizado pela Polícia Militar por meio do Proerd (Programa Educacional de Resistência e Combate as Drogas e Violência). “O programa busca desenvolver a personalidade da criança/adolescente onde ela cresce e se desenvolve com metas voltadas para seu futuro, criando, assim, cidadãos com perspectiva de serem confiantes e seguros no ambiente em que vivem. Para ter sucesso, o programa tem que ter continuidade e integração junto com a família e a comunidade”.
Somente no segundo semestre deste ano, aproximadamente 600 crianças de Adamantina de 5º ano participarão do projeto.
Outro lado
Procurada pelo IMPACTO, a Diretoria de Ensino de Adamantina se posicionou em nota sobre os fatos. Segundo o departamento regional, em nenhum momento a briga entre os alunos ocorreu dentro da unidade escolar, divergindo das informações dos pais dos alunos. A identificação dos envolvidos na briga, ainda segundo a Diretoria, será feita pela Polícia. “Cabe ressaltar que ambas as escolas citadas pela reportagem contam com o professor mediador, que atua nas situações de vulnerabilidade. Este profissional reforçará a cultura de paz dentro das escolas e o trabalho pedagógico ‘gentileza, gera gentileza’”, informa.
Devido às unidades de ensino serem próximas, além de outro colégio particular estar vizinho as escolas estaduais, a Diretoria de Ensino destaca parceria da Ronda Escolar “que está sempre presente durante a entrada e saída dos alunos”, diz, a nota.