Taxa de rotatividade do mercado de trabalho do varejo de Adamantina tem redução, aponta Sincomercio

Pesquisas mostraram que o comércio varejista possui uma das maiores taxas de rotatividade de mão de obra formal no estado de São Paulo

Um dos maiores desafios do mercado de trabalho formal brasileiro são as altas taxas de rotatividade da mão de obra. Conhecida também como “turnover”, a rotatividade é a movimentação de trabalhadores medida por determinado período, em relação ao estoque de vínculos celetistas de uma economia ou setor, em local específico.

De forma bem direta, a rotatividade significa custo. São custos para o recrutamento e seleção, custos administrativos para admissão, treinamentos e integração e também aos desligamentos. Para o comércio, além do preço pago pelos processos descritos acima, é muito comum, pela atuação profissional calcada na prática imediata das funções, que um colaborador já estabelecido no quadro de funcionários da empresa seja direcionado por uma ou duas semanas para aplicar treinamento básico a um novo colaborador admitido. Isto é, acrescenta-se aos custos de admissão e desligamentos, a “perda” das funções produtivas de um funcionário para temporariamente treinar outro. Tal realidade é comum ao setor, principalmente quando o mesmo é composto em 97% por empresas com até 20 trabalhadores em seu quadro funcional.

De forma bastante clara, o cálculo anual da taxa de rotatividade, segundo o próprio Ministério do Trabalho, é obtido utilizando o menor valor entre o total de admissões e desligamentos sobre o total de empregos no 1º dia do período avaliado. Pesquisas do Sincomercio (Sindicato do Comércio Varejista de Adamantina e Região) mostraram que o comércio varejista possui uma das maiores taxas de rotatividade de mão de obra formal no estado de São Paulo. Ficando por muitas vezes aos patamares mensais de 4% ou próximo aos 50% anuais. Como referência, os líderes são Construção Civil e Agropecuária, com taxas mensais que rondam, respectivamente, 6,5% e 4,5%. Porém, nestes casos, a sazonalidade é uma característica intrínseca aos setores, de modo que a intensa movimentação de trabalhadores também é uma consequência endêmica a eles.

No comércio varejista de Adamantina o “turnover” atingiu seu ápice anual em 2.012, aos 58,2%. “Depois deste ano há uma derrocada para os 40,2% do ano passado. Em 2.017, pelos dados disponíveis, não parece que o indicador será muito distinto do último ano”, aponta Sindicato.

tabela-2-01

De forma bastante clara, o Sincomercio observa que mesmo em queda, o mercado de trabalho celetista nos supermercados locais continua com maior taxa de rotatividade, 59,4% em 2.016. Lojas de materiais de construção (46,3%) ficam logo atrás. Concessionárias de veículos possuíram ano passado menor valor percentual de movimentação de mão de obra celetista.

Ressalta-se que naturalmente a taxa de rotatividade acompanha o desempenho da geração de vagas. Em momentos de crescimento do emprego, como ocorrido no comércio varejista de Adamantina até 2.013, as admissões superam os desligamentos (saldo positivo de vagas). Com isso utiliza-se exatamente os dados de desligamentos para compor o indicador. “Com emprego em alta, os desligamentos também ficam elevados, pois há mais confiança do trabalhador para troca de postos de trabalho. Em momentos de baixa do mercado de trabalho, os empresários diminuem suas contratações, portanto, há menor registro de admissões e recuo taxa de rotatividade. Em suma, a rotatividade, em geral, é dependente direta do aquecimento econômico e, por consequência, do próprio mercado de trabalho”, pontua Sérgio Vanderlei da Silva, presidente do Sincomercio.

A constatação do tamanho da taxa de rotatividade do varejo de Adamantina mostra que mesmo com queda para 40,2% no ano, em pouco mais de dois anos, em uma analogia simples, quase todo mercado de trabalho do setor se movimenta. “Naturalmente o comércio, devido as sazonalidades das datas especiais (Natal, Dia das Mães, Páscoa, entre outras) possui intrinsecamente rotatividade mais elevada, ainda assim, é importante demonstrar o quão grande é isso. Em geral, a rotatividade, quando não justificada pelas sazonalidades de aumento de demanda, obras, colheitas, entre outros motivos para aumento temporário de trabalhadores, é corrosiva à produtividade econômica. Exatamente pela burocracia e custo de se contratar ou se desligar, seja a pedido do trabalhador ou decisão do empregador. Este cenário mostra o quão é essencial a modernização das relações trabalhistas no país, dando mais liberdade, simplificação e segurança jurídica para empresários e trabalhadores”, ressalta Sérgio Vanderlei.

Web

FONTEASSESSORIA DE IMPRENSA | DO SINCOMERCIO
Conteúdo anteriorFaltas nas consultas médicas travam fila de espera
Próximo conteúdoAdamantina registra saldo de mais de 500 empregos no primeiro semestre