Muitas pessoas preferem consumir vinhos suaves, também chamados, popularmente, doces.
É importante saber que os vinhos suaves contêm alto teor de açúcar, e, por isso mesmo, podem não estar fazendo o bem à saúde que as pessoas imaginam.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A diferença entre o vinho suave e o vinho seco está relacionada ao método de elaboração do produto.
Na produção de vinhos secos as uvas são esmagadas e a fermentação ocorre até que as leveduras transformem todo ou quase todo o açúcar das uvas em álcool. Assim, ainda que o vinho contenha açúcar, essa é proveniente da uva, residual do método de produção.
Já na produção dos vinhos suaves as uvas são esmagadas e a fermentação ocorre até que o vinho alcance o nível de doçura desejado pelo produtor. Nesse momento o produtor interrompe a fermentação para fazer com que a levedura pare de transformar o açúcar em álcool.
Entretanto, a forma mais comum de elaborar o vinho suave é adicionar açúcar ao produto. Isso mesmo, quando você toma vinho suave pode estar consumindo um produto com adição artificial de açúcar. Observe no rótulo ou contrarrótulo e você encontrará a informação, certamente em letras pequenas, mas estará lá: “mosto fermentado de uvas e açúcar”.
No Brasil existe uma legislação que classifica os vinhos quanto ao teor de açúcar. É o Decreto nº. 8.198/14, cujo art. 31 dispõe que o vinho seco será assim considerado quando contiver até quatro gramas de glicose por litro. São considerados demi-sec ou meio seco os que contiverem quantidade superior a quatro e até vinte e cinco gramas de glicose por litro. Já os suaves ou doces são aqueles que apresentam quantidade superior a vinte e cinco gramas de glicose por litro até o limite máximo de oitenta gramas.
Entretanto, vinhos doce e suave são diferentes, já que os vinhos doces são produzidos com uvas ‘Vitis vinifera’, próprias para a produção de vinhos, como, por exemplo, a merlot, a malbec, etc., enquanto que os vinhos suaves são produzidos com uvas Vitis labrusca, que são uvas de mesa, como a bordô, herbermont, niagara, etc., que não servem para a produção de vinhos finos.
Ademais nos vinhos doces o teor residual de açúcar é obtido no processo de fermentação natural do vinho, enquanto que nos suaves pode ocorrer com o acréscimo de açúcar.
Infelizmente não há uma padronização nos rótulos, o que pode provocar dúvidas no consumidor menos avisado, contudo, geralmente, os vinhos suaves com acréscimo de açúcar trazem a informação de que são “vinhos de mesa”, enquanto que os demais, ainda que sejam classificados como doce, costumam utilizar a expressão “vinho fino”.
Se você é daqueles que não aprecia vinhos secos, comece a substituir o suave pelo demi sec (meio seco) ou pelos secos produzidos com uvas que resultam em vinhos de corpo leve, como aqueles produzidos com a pinot noir, a gamay, ou aqueles de médio corpo, produzidos com a cabernet franc, a merlot, a sangiovese, etc.
Certamente esse tipo de vinho trará os benefícios à saúde que pesquisas de conceituadas instituições científicas mundiais tem comprovado.
Na foto um exemplo de vinho meio seco, italiano, Ricossa, Barbera D’Asti, porém essa informação consta apenas no contrarrótulo.