Argentina no mapa mundial dos vinhos.
Na verdade a Malbec é uma casta originária da França, mas foi na Argentina que ela alçou fama mundial produzindo vinhos varietais.
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Embora outros países também produzam vinho com Malbec, a bebida argentina apresenta muito mais fruta, mais corpo e notas florais.
A principal região produtora da Malbec na Argentina é Mendoza, cujo clima seco produz vinhos com taninos sedosos e acidez equilibrada. Diz-se que em Mendoza existem mais de 1.200 vinícolas, cujo carro chefe são os vinhos de Malbec.
Os Malbecs são muito populares no Brasil porque a proximidade com a Argentina facilita a importação, de modo que pode-se encontrar bons vinhos até mesmo em supermercados. Além disso, são vinhos que harmonizam perfeitamente com o churrasco, uma boa razão para degustar um Malbec.
Dois exemplares que merecem ser degustados
Em homenagem ao Dia Mundial da Malbec degustei dois exemplares provenientes de Mendoza.
O primeiro deles, o DV CATENA MALBEC – MALBEC 2012, um vinho da linha premium da mais reconhecida bodega argentina, a Catena Zapata. A expressão “Malbec-Malbec” contida no rótulo indica que o vinho foi produzido com uvas de dois vinhedos distintos. Na prova o vinho mostrou-se potente e agradável, com taninos muito sedosos, resultado de 18 meses de amadurecimento em barricas de carvalho francês, sendo 50% novas. Essa passagem por madeira conferiu ao vinho aromas e sabores complexos, com notas marcantes de baunilha, cacau, café, cravo da índia, e menta, sem, contudo, perder a refrêscância das frutas vermelhas, como morangos, amoras e cerejas. Na boca senti um vinho intenso, com final longo, daqueles que trazem alegria quando degustamos. A harmonização com churrasco de picanha foi perfeita: a intensidade do vinho limpava a gordura deixada na boca pela carne e preparava para degustar um novo pedaço. É daqueles vinhos que entrega mais do que promete.
O outro exemplar, não menos saboroso, foi o SALENTEIN, reserve, 2015.
Conheci a bodega Salentein em outubro do ano passado, em um tour que fiz por várias vinícolas de Mendoza. Fiquei encantado com a arquitetura da vinícola, com as obras de arte que lá estão expostas numa pequena galeria, com a localização no Valle de Uco, bem ao pé da Cordilheira dos Andes, e, claro, com os vinhos que eu ainda não havia conhecido. A partir daí passei a apreciar os vinhos da Salentein.
O Malbec 2015 é um vinho encorpado que acompanhou perfeitamente o churrasco de costela. Com passagem de 12 a 14 meses em barris de carvalho, teor alcóolico de 14,5%, na taça apresentou cor vermelho escuro, aromas de ameixa, tabaco e baunilha. Na boca os taninos estavamo presentes, porém de forma muito agradável e adocicada e o álcool mostrou-se equilibrado. Um vinho de excelente qualidade que, a exemplo do D.V Catena entrega mais do que promete.