Mais uma ação do governo do estado de São Paulo impacta diretamente a população do Oeste Paulista. Desta vez, entidades que representam os municípios e a sociedade se mobilizam em busca de reverter decisão que pode acarretar com o fechamento de 19 dos 37 polos do Projeto Guri que funcionam na região.
Depois da mudança do local de tratamento dos pacientes com câncer e o anúncio de novas praças de pedágio, a população foi surpreendida com uma nova medida do governo João Doria (PSDB) na sexta-feira (29), que colocou funcionários que atuam no Projeto Guri em aviso prévio.
Segundo a Associação Amigos do Guri, responsável pela administração dos polos no litoral e no interior de São Paulo, a condição pode resultar no fechamento das unidades que desenvolvem projetos culturais para jovens em todo o Estado, inclusive de Adamantina, que atende 220 jovens de seis a 18 anos de idade, com aulas de música.
A situação ocorre em função de um corte de R$ 150 milhões anunciado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa no orçamento de organizações sociais que cuidam de programas.
Em nota, o governo estadual informou que o impacto do contingenciamento nos programas, nas instituições e ações da secretaria está sendo avaliado.
Também, por meio de nota, a Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema) informou que poderão ser fechados os polos do programa nas cidades de Adamantina, Álvares Machado, Caiabu, Dracena, Irapuru, Junqueirópolis, Nantes, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Presidente Venceslau, Rancharia, Regente Feijó, Tarabai, Teodoro Sampaio e Tupi Paulista.
Dos três polos existentes na cidade de Irapuru, dois ficam em unidades da Fundação Casa.
Mobilização
Em busca de rever a decisão, novamente as entidades que representam as cidades que formam o Oeste Paulista se unem, visando uma audiência com secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão.
O presidente da Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista), prefeito de Parapuã Gilmar Martin Martins (PR), informou que todos os prefeitos estão mobilizados em reverter a decisão, já que o projeto é uma importante iniciativa que oferece cultura e educação aos jovens de forma gratuita.
“Não podemos cruzar os braços, temos que nos mobilizar em busca de reverter essa medida, unindo forças com a Unipontal e o Civap [Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema]. Estamos buscando uma audiência com secretário de Estado para que mude de decisão. Muitas crianças que encontram no programa oportunidade de aprenderem um instrumento, de estarem inseridas em ações culturais, serão afetadas em nossa região”, disse Martins.
Em nota o presidente da Unipontal, prefeito de Presidente Venceslau Jorge Duran Gonçalez (PSD), também se posicionou.
“Estamos organizando uma grande mobilização com prefeitos de mais de 80 cidades que fazem parte dessas associações. A Unipontal não está indiferente nesta situação e queremos uma audiência com o secretário para mostrar a relevância do Projeto Guri na história e formação das pessoas. É um programa que funciona há muito anos, e conheço muita gente que se desenvolveu na arte da música por meio deste projeto, gente que fez do aprendizado uma profissão. O valor cultural do projeto é imensurável e não pode deixar de existir”, pontuou Gonçalez.