
Completados três anos de governo o prefeito de Adamantina, Márcio Cardim (DEM), entra para os últimos 12 meses do atual mandato em 2020. Ano em que o foco serão as eleições municipais em todo o país, o candidato natural à reeleição diz que pensará no assunto apenas no período eleitoral. Até lá, traça metas para cumprir a integridade do plano de trabalho desenvolvido em 2016, quando escolhido pela população como Chefe do Executivo com 81,47% dos votos.
AGRICULTURA FAMILIAR
A campanha eleitoral passada de Márcio Cardim foi desenvolvida em cima do tripé Educação, Saúde e Agricultura Familiar. Base também de sua gestão, Cardim se diz satisfeito com os resultados alcançados, mas pontua dificuldade em avançar na área rural devido à falta de aporte estadual e federal para o setor.
“A área que estamos encontrando mais dificuldades para avançar é a Agricultura Familiar. No início da gestão protocolamos vários projetos, pedimos ajuda tanto a nível estadual como federal, porém, não existe recurso específico para Agricultura Familiar, como há para Saúde, Educação, Assistência Social. Nestas áreas, o recurso é “carimbado”. Devido a essa dificuldade, estamos colocando inclusive recursos próprios. Lançamos o PAA, juntamente com a Casa da Agricultura. Optamos por fazer um programa próprio, pois não conseguimos nenhum dos governos do Estado e Federal. Então, realmente é a área que estamos encontrando mais dificuldade de avançar”, diz o prefeito, em entrevista exclusiva ao IMPACTO.
No último dia 17 foram assinados os contratos do Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA. A ação possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar local. São 31 produtores que fornecerão legumes, frutas e verduras para seis entidades. Há parceria também com a Aplemar (Associação dos Produtores de Leite do Município de Adamantina e Região) para distribuição de leite às instituições.
GESTÃO
Apesar do resultado não satisfatório na Agricultura Familiar, o gestor se diz contente com os recursos e projetos conquistados durante a atual Administração Municipal devido aproximação, por meios dos deputados estaduais e federais, com o Estado e a União. Isso, segundo ele, deve-se a um amadurecimento na articulação política, porém, confessa que ainda encontra algumas dificuldades.
“Encontro certa dificuldade na questão de estar fazendo política. A maior parte do meu tempo utilizo para administrar, e muitas vezes acabo não fazendo a velha política que a população estava acostumada. Tenho esse viés de administrar fazendo gestão, trabalhando. No ano passado, se comparar a 10ª Região Administrativa, composta por 53 municípios, perdemos apenas para Presidente Prudente, quase 10 vezes maior que Adamantina, em captação de recursos e aprovação de projetos. Além das emendas, que buscamos, temos um diferencial em buscar recursos. Se tem uma coisa que posso me orgulhar é justamente a questão de captar recursos, capacitação que trouxe das universidades. Trabalhei em universidade federal, dei aula na Unesp e UniFAI, então consigo mobilizar equipes para buscar, e isso estamos fazendo”.
Cardim dá exemplo desta articulação visando aprovação de projetos. “Euroclima+, somos o único no Brasil. Na questão da Energisa, da compostagem, também fomos o único no Brasil. Substituição das lâmpadas: são 800 pontos que conseguimos aprovar, acredito que nenhum município conseguiu uma quantidade tão grande de troca de lâmpadas de sódio por led. Viajei muito para São Paulo, viagens para Brasília também, então este distanciamento com a população se deve a essa minha correria”, explica o prefeito.
Além de enfatizar a conquista de projetos, o gestor municipal pontua a situação em que assumiu a Prefeitura de Adamantina em 2017, com R$ 4,5 milhões em dívidas, pagas em dois anos. O recurso somado ao montante gasto na obra de canalização do Parque dos Pioneiros e ao valor hoje em caixa, de cerca de R$ 2 milhões, resulta em aproximadamente R$ 10 milhões, “valor que teríamos para investir e atender melhor a população”, diz Márcio Cardim.
“Conseguimos nestes três anos resolver problemas grandes do Município, como a instalação da Fatec [Faculdade de Tecnologia]; conquista de polo da Univesp [Universidade Virtual do Estado de São Paulo]; o CIS [Centro Integrado de Saúde] em funcionamento; colocamos par atender as UBSs [Unidade Básica de Saúde] da Cecap e Mário Covas, no Jardim Brasil iremos por em funcionamento no primeiro semestre do ano que vem; apesar de ser um investimento privado, tivemos uma contribuição grande para aprovação do aterro sanitário; conseguimos implantar o cemitério vertical; resolvendo um grave problema, o Parque dos Pioneiros, que encaramos de frente; os buracos conseguimos minimizar; entre outros pontos que obtivemos avanços”, completa.
METAS 2020
Devido ao valor em caixa (R$ 2 milhões), o prefeito acredita que será possível progredir em pontos ainda questionados pela população, como a zeladoria do Município. “Como temos caixa, entraremos mais nesta questão da recuperação da malha asfáltica, não apenas com operações tapa buracos, mas, também, com recapeamento, com CBUQ [tipo de asfalto], que temos emendas para aplicar ano que vem, ou também asfalto a frio, que é a lama asfáltica aplicada inclusive com bastante força no governo Kiko Micheloni com ruas até hoje em perfeito estado. A nossa usina é importante neste processo. Conseguiremos avançar mais, inclusive na revitalização, cuidar mais da cidade, das praças, limpeza e canteiros. Deixaremos a cidade mais bonita. Além, é claro, da Santa Casa, foco importante, que precisamos ajudar e trabalhar, pois, só assim conseguiremos atrair investimentos. Se tivermos uma saúde referência, atraímos toda região”, diz o prefeito sobre as metas de 2020.
SAÚDE
E o projeto da saúde, iniciado ainda quando Márcio Cardim era diretor da então FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas), continua sendo o foco do seu trabalho.
“Tem caminhado, é lógico que poderia estar caminhando em uma velocidade maior, mas mesmo com as burocracias estou satisfeito. Quando implantamos este projeto lá na UniFAI, foi o que me fez aceitar o desafio de assumir a prefeitura. Naquela época muitas pessoas não acreditavam que Adamantina poderia ter uma faculdade de Medicina. Isso é natural. Quando falava deste tema eu era um pouco desacreditado. Depois as pessoas foram vendo que o projeto se consolidou. Hoje, o que precisamos para que este curso ganhe força, para que ele realmente se instale definitivamente em Adamantina, é a Santa Casa. E estamos avançando. Os 10 leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] estão sendo construídos, a vinda dos Freis Franciscanos para gestão, as reformas, o Centro Cirúrgico e Pronto Socorro vão entrar em reforma, então, tudo só foi possível graças ao curso de Medicina, como também a abertura do CIS. É um projeto que está caminhando e não tem volta, Adamantina vai se tornar sim um polo regional de saúde”.
ELEIÇÕES
Já sobre 2020, o prefeito diz que só pretende discutir política dentro do período eleitoral. “Antes disso, a minha equipe tem que estar focada e continuar trabalhando”. Por isso, pretende manter o secretariado, que tem boa avaliação do gestor municipal. “Apesar das dificuldades, todos abraçaram a causa e tem trabalhado, lógico, uma área um pouco mais problemática que a outra, mas acredito não ser fácil ser secretário. Todas as secretarias realizam um trabalho importante”, comenta Márcio Cardim, que completa. “Apesar de dizer que eleições só ano que vem, precisamos pensar sim, mas não no sentido de fazer campanha. O nosso grupo se reuniu, existe um apoio integral para que eu seja candidato nas próximas eleições. Tenho sentimento de dever cumprido nestes três anos, e tenho mais um ano de muito de trabalho pela frente. Na minha vida sempre foi assim, nunca me impus. Já assumi cargo de gestão na Unesp de Presidente Prudente, na UniFAI houve convites para assumir, um grupo de empresários me convidou para ser prefeito, então se tiver que ser é porque a população vai pedir. Tenho sentido um apelo mais forte, a população me procurando, o que não aconteceu nos primeiros anos, agora começou a acontecer. A população me abordando, perguntando se vou continuar, me apoiando. Será algo natural, como foi na última eleição. Se assim não for, também não tenho interesse”, finaliza o prefeito de Adamantina.

