Diferentemente de outras datas comemorativas, o dia em homenagem as mulheres – comemorado neste domingo (8) – não foi criado pelo comércio, possuindo raízes históricas mais profundas e sérias. O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975.
A data relembra as conquistas políticas e sociais ao longo dos anos. Apesar da desigualdade de gênero permanecer até hoje, a mulher vai se impondo cada dia mais na vida do planeta. Profissionalmente, é muito competente. Em qualquer área, ela se destaca: engenharia, medicina, farmácia, gastronomia, agricultura, educação e também na política.
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A MULHER NA POLÍTICA
No Brasil, a luta pelo voto das mulheres se consolidou em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em 25 de novembro de 1927, aconteceu a primeira concessão de voto à mulher no país.
No mesmo estado nordestino, Luíza Alzira Soriano Teixeira passa a ser a primeira prefeita eleita no Brasil e em toda a América Latina na cidade de Lajes, em 1928.
Em 1932, Getúlio Vargas instituiu o Código Eleitoral Brasileiro, definindo que era eleitor todo cidadão maior de 21 anos, estabelecendo assim, por lei, o direito ao voto feminino. Entretanto, não havia obrigatoriedade das mulheres votarem e tal direito dependia da autorização do marido.
A Constituição de 1934 foi outro marco para as mulheres ao consagrar pela primeira vez o princípio da igualdade entre os sexos e proibir diferenças salariais por motivo de gênero. Após 12 anos, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
Apesar de muitos avanços, como legislação que termina um terço das candidaturas dos partidos seja feminina, as mulheres ainda são minorias em cargos políticos. Em 2018, o Ranking de Presença Feminina no Poder Executivo colocou o Brasil em 161ª posição dentre os 186 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras.
Na microrregião elas não estão no comando máximo do Executivo, mas marcam presenças como vice em Adamantina (Ana Maria Romanini Micheloni), Mariápolis (Hermínia Garcia Jordão) e em Rinópolis, onde Nanci Maroni da Silva Yamamoto tem papel fundamental na gestão pública.
UMA VICE ATUANTE
A rotina de um prefeito é incansável. São comuns os compromissos, que iniciam muitas vezes nas primeiras horas de um dia e seguem até a madrugada do outro.
Essa vida de dedicação, quase em sua totalidade, a causa pública não é compartilhada apenas pelo prefeito de Rinópolis, José Ferreira de Oliveira Neto. Nanci é braço direito do gestor municipal na resolução dos problemas da comunidade, afastando o sentido do vice meramente “figurativo”.
Ocupando pela primeira vez um cargo público, a vice-prefeita vem se destacando na microrregião de Adamantina pela presença forte no cotidiano da cidade.
“Acho que hoje, nós mulheres, tivemos uma progressão no debate público em torno de questões femininas. Vários temas vêm sendo discutidos na sociedade e ganhando espaço no cenário público. Porém, no que diz respeito a representatividade das mulheres na política, ainda não chegamos ao debate ideal, ou seja, muitas ainda encontram dificuldades para ocupar cargos na gestão pública, serem eleitas, ou terem voz nas tomadas de decisões. Nosso papel vai além de desenvolver um bom trabalho na gestão de políticas públicas, é preciso fomentar e incentivar a participação de mais mulheres no ambiente político”, destaca Nanci.
Ela, que atuou por mais de 20 anos como voluntária da Associação de Combate ao Câncer, aceitou o desafio há quatros, já que participava dos debates que envolviam os interesses da cidade.
“Em 2012 fui convidada pelo Neto, hoje prefeito, e pelo grupo do partido para ser vice. Naquela ocasião achei que não estava pronta para assumir este cargo. Depois de quatro anos, em 2016, o Neto, como candidato ao cargo de prefeito, me convidou novamente para participar da campanha eleitoral. Esse período foi suficiente para estudar sobre os projetos que poderiam ser desenvolvidos, amadurecer a ideia de entrar para a vida pública e, então, aceitei o convite, pois era a chance de contribuir e ajudar na prática, a administração da Prefeitura de Rinópolis”, diz.
A vice-prefeita pontua que a participação da mulher é essencial na vida pública.
“Acredito que ao longo dos anos grandes transformações ocorreram no comportamento feminino diante da sociedade, da família e no trabalho. Os estereótipos criados da mulher se caracterizavam como sexo frágil, passiva, dependente e dona do lar, mas os paradigmas foram se quebrando ao longo do tempo. Hoje a participação da mulher na gestão pública tem aumentado: mais participativas, tem versatilidade, capacidade de administrar conflitos, é dedicada, entre outros pontos que agregam ao cenário de gestão”, ressalta.
E essa participação feminina, na cidade de Rinópolis, vai além da política. “As mulheres rinopolenses avançam cada vez mais em espaços há pouco tempo eram considerados masculinos. Além de serem receptivas, alegres, têm grande influência na sociedade local. Eu vejo, diariamente, muita pró-atividade, elas se envolvem verdadeiramente nas questões importantes da cidade e podemos ver resultados desse engajamento”.
A vice-prefeita finaliza destacando a essência das mulheres. “Frágeis, não! Sensíveis, dedicadas, apaixonadas, virtuosas, batalhadoras, mas, frágeis não somos! Há uma força em nós que estimula nossa coragem de agir, de vencer, de dar a volta por cima, de recomeçar, de ser mãe, de ser mulher. É um privilégio fazer parte dessa turma. Parabéns mulheres”, parabeniza Nanci.