Em um momento em que as autoridades de saúde orientam a população a evitar sair de casa por conta do coronavírus (Covid-19), o comércio de Adamantina já sente mudanças no comportamento dos clientes. Além da diminuição das vendas de bens duráveis, o medo também atinge empregados e empregadores, que vivem as incertezas do momento de pandemia.
Algumas cidades do estado de São Paulo anunciaram, por meio de decreto, a restrição ou fechamento do comércio como forma de prevenção ao coronavírus. A medida já foi adotada pela Capital Paulista, mas, também, no interior, como em Franca.
Propenso tomar uma decisão neste sentido, o prefeito de Adamantina, Márcio Cardim, convocou reunião com os representantes do comércio, Sérgio Vanderlei (presidente do Sincomercio Nova Alta Paulista) e Luis Sgobbi (presidente da ACE), para esta sexta-feira (20).
“Márcio Cardim está propenso a pedir o fechamento do comércio. Ele não tomou a decisão, porque quer ouvir as entidades de classe. Isso pode ser decretado”, afirmou Sérgio Vanderlei, que já havia debatido a situação com Sindicatos Patronais e dos Empregados na quarta-feira (18).
Segundo o sindicalista, o comércio local é formado por micro e pequenos empresários, que não possuem, em sua maioria, capital de giro para um momento de diminuição do consumo. Desta forma necessitam das vendas diárias, ou seja, do fluxo de caixa para manutenção dos negócios. “Por isso optamos por não alterar o funcionamento do comércio neste período, ficando facultativo para cada empresário, que analisará a situação de forma individual. Isso será possível ao aditamento na Convenção Coletiva de Trabalho assinado pelos Sincomercios de Adamantina, Lucélia e Osvaldo Cruz com Sincomerciários [Sindicato dos Empregados no Comércio de Tupã e Região]”, explica.
Sérgio Vanderlei pontua que tal aditamento possibilitará diversas alternativas legais aos empresários para enfrentamento da situação. Entre elas está a flexibilização de horários, podendo a empresa optar pelo rodízio de funcionários; a antecipação de férias de empregados sadios; e a concessão de folgas, mediante banco de horas, sendo a compensação (por parte do empregado ou do empregador) poderá ultrapassar 180 dias, como está previsto na Lei.
“Em todos os casos deverá haver acordo individual, requisitado ao Sindicato Patronal que encaminhará o pedido ao Sindicato dos Empregados. As regras licitas, previstas no aditamento, possibilitam que cada empresa identifique alternativa ideal para sua necessidade. Lembrando que é necessário o aval dos Sindicatos, que darão a segurança jurídica para solicitação”.
O presidente do Sincomercio Nova Alta Paulista ressalta ainda que as empresas devem seguir rigorosamente orientações das autoridades de saúde em relação as medidas e práticas para o enfrentamento da doença, bem como garantir o acesso de todos os comerciários a produtos para higienização das mãos e limpeza de materiais de uso contínuo, maçanetas, corrimões, entre outros itens.
Já o empregado afastado do serviço, em razão da pandemia, deve apresentar atestado da autoridade médica. “O Sincomercio Nova Alta Paulista está atento a situação e a disposição para esclarecimentos adicionais”, finaliza Sérgio Vanderlei.