Administrador do sistema Zona Azul desde 1997, o IAMA (Instituto de Assistência ao Menor de Adamantina) solicita reajuste no valor do cartão de estacionamento em R$ 0,50. O motivo alegado pela entidade é o déficit do serviço, não reajustado há cinco anos.
Pelo contrato, renovado no ano passado com a Prefeitura, a tarifa deve ser reajustada anualmente de acordo com o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado). Se aplicar a variação do período (2014 a 2019), o valor cobrado hoje deveria ser R$ 2,07. “Não estamos pedindo nada fora da realidade. Está na lei”, pontua o presidente do IAMA, Adevalter Longuini. Atualmente a Zona Azul de Adamantina custa R$ 1,50/duas horas.
Em busca do reajuste, a entidade protocolou requerimento na Câmara de Vereadores, na Secretaria de Planejamento – responsável pela gestão do Demtran (Departamento Municipal de Trânsito) – e na Prefeitura, direcionado ao prefeito Márcio Cardim.
“No último ano solicitamos por duas vezes o aumento. E, agora, tentamos novamente, já que os encargos com a folha de pagamento só aumentaram no período”, ressalta. Atualmente são 21 funcionários no serviço da Zona Azul em Adamantina, que recebem salário de acordo com a categoria, cesta básica e ganho por produtividade. “Tudo aumentou neste período”, enfatiza o presidente do IAMA.
Segundo Longuini cerca de 20% dos condutores ainda não pagam pelo serviço, mesmo com a legislação municipal de trânsito determinando punições pelo não recolhimento do valor. “Se é lei, deve ser cumprida. Não somos legisladores, mas administradores. Estamos aqui para administrar o serviço”.
Hoje a fiscalização é realizada pela Polícia Militar. Por isso, Longuini destaca a necessidade da criação da guarda municipal ou da função de agente de fiscalização de trânsito, como existente em Osvaldo Cruz e Presidente Prudente.

“A polícia é nossa parceira, mas há outras responsabilidades. A responsabilidade pela fiscalização, determinada em lei, é do Demtran. Por isso é essencial a criação do agente de trânsito, que colaborará com a melhoria como um todo, exemplo a rotatividade e fluidez. Temos que tonar o trânsito de Adamantina mais rotativo”, diz Longuini.
A luta do gestor pela melhoria da Zona Azul vem há anos. E, segundo ele, um dos principais entraves é a forma que o sistema foi criado. “O correto era a criação do Demtran, depois de um órgão de fiscalização e, posteriormente, a aplicação da Zona Azul. Em Adamantina foi ao contrário. E agora temos que trabalhar em conjunto para execução correta do sistema”, explica.
IAMA
Atendendo 130 crianças de até 16 anos, o IAMA tem na Zona Azul uma de suas fontes de receita para a manutenção dos serviços de acolhimento. Porém, “não é possível contar com o valor, já que deve ser feita uma gestão consciente para os meses que apresentam déficit”.
Além dos 21 servidores que atuam na Zona Azul, a entidade possui outros 17 funcionários que atuam no cuidado e zelo as crianças, a partir de recursos provenientes das três esferas de governo e da colaboração da comunidade.
“Em 2012, recebíamos R$ 6.410,75 dos governos municipal, estadual e federal. Com quatro refeições diárias em 20 dias úteis, tínhamos R$ 0,60 por refeição de auxílio. Hoje, em 2020, o valor passou para R$ 1,49, mas quem consegue fazer uma refeição por este valor?”, questiona.
Já que as subvenções não são suficientes, o IAMA conta com importante aliado, a população. “Realizamos diversas ações durante o ano, temos os contribuintes mensais, promoções organizadas pela comunidade em prol da instituição, enfim, precisamos da ajuda de todos para manter os serviços”.
NOVOS TRECHOS
Além de lutar pelo aumento do preço do cartão da Zona Azul e pela manutenção da entidade, Longuini também busca novos trechos para realizar a cobrança. Segundo ele, as solicitações são dos comerciantes, que buscam maior rotatividade em quadras próximas ao comércio central, mas que ainda não contam com o serviço. “Já solicitei que fizessem abaixo-assinado para agregar na reivindicação. E, caso aumente as áreas, serão novos funcionários contratados”, afirma.
Os novos trechos são: avenida Santo Antônio (quadra atrás da Matriz de Santo Antônio), rua Deputado Salles Filho (quadra próxima ao Pátio da Feira), rua Osvaldo Cruz (entre a alameda Dr. Armando Salles de Oliveira e avenida Capitão José Antônio de Oliveira) e na alameda Dr. Armando Salles de Oliveira (quadra debaixo do antigo cinema). Atualmente são 23 quadras com o serviço na área central de Adamantina.
