Termina nesta sexta-feira (3), o período para os vereadores que pretendem concorrer a um novo mandato definirem qual será o partido pelo qual entrarão na disputa.
A janela partidária, prazo de 30 dias estabelecido pela legislação eleitoral em que parlamentares municipais podem trocar de legenda sem risco de punição por infidelidade partidária, chega ao fim com duas trocas importantes no legislativo de Adamantina.
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Depois de vários boatos sobre seu futuro, já que a saída do Democratas era certa, o vereador Acácio Rocha anunciou filiação ao Podemos na última sexta-feira (27). Com pretensão em concorrer ao Executivo municipal, a mudança de legenda visa viabilização da candidatura, pois, pelo DEM, a prioridade é do prefeito Márcio Cardim que deve buscar a reeleição.
“Não há outro momento para essa decisão, que precisou ser tomada face à proximidade do esgotamento do prazo definido pela Justiça Eleitoral. Mas faço essa mudança com muita tranquilidade, responsabilidade e sensibilidade para com o momento”, disse o parlamentar.
Acácio Rocha vai para o partido em que a figura central é o também vereador Alcio Ikeda. Os dois mantêm relação de proximidade na atuação na Câmara. “Nesse novo momento, agradeço ao espaço dado pelo vereador Alcio Ikeda e todos do Podemos adamantinense, sobretudo pela magnitude no gesto agora concretizado, de maturidade, em dividir o protagonismo do Partido na Câmara Municipal”.
Outro que trocou de partido foi o presidente do Legislativo municipal, Eder Ruete. O parlamentar também deixa o DEM, optando pelo Partido Verde, representado por Paulo Cervelheira e João Davoli na Casa de Leis.
A escolha da legenda se deve pela proximidade do vereador com a liderança local do PV e com os deputados Reinaldo Alguz (estadual) e Enrico Misasi (federal) – que atuam na região.
Eder Ruete assinou a ficha de filiação na terça-feira (31).
Ao contrário de Acácio Rocha, a troca de partido do presidente da Câmara não significa, neste momento, um racha do grupo liderado pelo prefeito Márcio Cardim, já que o vereador é cogitado como o provável vice em uma dobradinha envolvendo DEM e PV. Tal acordo, se efetivado, não será inédito, pois aconteceu nas gestões Kiko Micheloni (DEM) e Beth Meirelles (PV).
ENFRAQUECIMENTO DO DEM
A janela partidária movimentou os partidos protagonistas, atualmente, no cenário político de Adamantina. Se por um lado o PV e Podemos aumentaram a representatividade, o DEM foi enfraquecido, mesmo mantendo três cadeiras no Legislativo municipal e a cadeira do Executivo.
Com o novo desenho, o PV se torna o principal partido da Câmara, mesmo com número igual de representantes do partido do prefeito. Isso devido a última eleição, quando os três vereadores tiveram 2720 votos, enquanto os três Democratas (Aguinaldo Galvão, Dinha Santos Gil e Eduardo Fiorillo) tiveram 2387.
O Podemos, agora com duas cadeiras, representa 1826 eleitores. E o professor Hélio José, pelo Partido Liberal, completa a configuração local do Legislativo. Ele teve 483 votos em 2016.
ELEIÇÕES 2020
Apesar da crise sem precedentes no sistema de saúde do país causada pela pandemia do novo coronavírus, as eleições municipais deste ano devem ser mantidas. Segundo a Ministra Rosa Weber, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), “é prematuro tratar de adiamento” do pleito de 4 de outubro.
Seguindo o calendário eleitoral, a movimentação política não deve ter mudanças significativas nos próximos meses. Atualmente são pré-candidatos a prefeito Acácio Rocha, Hélio José e Marcos Lama, pelo PSD, além da provável busca pela reeleição de Márcio Cardim (ainda não anunciou oficialmente, apenas nos bastidores).
Agora, com fim da janela partidária, os partidos se articulam na montagem dos grupos, já que neste ano só é permitido coligação ao Executivo.