
Manifestantes fizeram uma carreata pelas principais ruas e avenidas de Adamantina, na manhã desta terça-feira (21), pedindo a reabertura do comércio que está parcialmente interrompido devido à pandemia do novo coronavírus.
Com participação acima das expectativas, já que haviam muitos boatos sobre o cancelamento da ação, como houve em outras cidades em que a manifestação foi bloqueada pela Justiça, o ato reuniu ao menos 300 veículos, sendo que muitos deles com mais de um ocupante.
Os manifestantes, formados em sua maioria por empresários e profissionais liberais – impedidos por exerceram suas funções devido decretos municipal e estadual -, pediam a reabertura do comércio local, com a flexibilização no atendimento de serviços considerados não essenciais.
O comércio de Adamantina está paralisado desde 22 de março.
Na carreata, com concentração em frente ao ginásio de esportes Paulo Camargo e dispersão no Parque dos Pioneiros, os motoristas carregavam, em sua maioria, bandeiras do Brasil e fizeram um buzinaço.
O protesto também teve seu lado político, com simpatizantes pró-Bolsonaro (sem partido), que defenderam as ações federais, além de críticas incisivas ao governador João Doria (PSDB) – que prorrogou a quarentena até 10 de maio – e ao presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM).
Os questionamentos também atingiram o prefeito Márcio Cardim (DEM), que, ao contrário do discurso feito nos últimos dias que criticava nova determinação do Estado, cedeu e seguiu as recomendações da esfera estadual, decretando no âmbito municipal o fechamento do comércio também até 10 de maio.
Na sexta-feira (17), o gestor de Adamantina foi um dos prefeitos mais enfáticos na defesa da flexibilização do comércio, o que não ocorreu na prática, já que o decreto municipal é mais restritivo que as determinações estaduais.
Há, ainda, para esta quarta-feira (22) a expectativa de anúncio de João Doria com novas medidas, que devem contemplar a reabertura gradual do comércio no interior paulista. “Até 10 de maio, nada muda na quarentena em São Paulo. A partir de 11 de maio, colocaremos em prática um programa em fases, para manter a orientação da ciência e liberar gradualmente a economia”, disse o tucano ao jornal Folha de São Paulo.
A carretada contou com lado social, sendo os participantes estimulados a doarem alimentos que serão revertidos para entidades assistências de Adamantina.