Dia 13 de julho – esse ano caiu na segunda-feira – é conhecido como o Dia Mundial do Rock. Esse som que mudou o mundo a partir dos anos 60 e que norteou a vida da minha geração em muitos momentos nasce de infindáveis crossroads de tendências e estilos norte americanos: Gospel dizem os religiosos negros sulistas; blues afirmam os nativos das Virginia e Carolina; country, juram os do Tenessee e jazz os da Lousiana. E quando, pelas viagens dos marinheiros do Tio Sam os discos de Jerry Lee Lewis, Little Richard, Chuck Berry atracam no porto de Liverpool, o som começa a mudar. Na mesma época, no Brasil, Carlos Imperial criava a Jovem Guarda de Roberto e Erasmo Carlos. Mudavam os valores, os costumes, a cultura. A nova era ficou marcada quando Gilberto Gil, num episódio muito parecido com o de Bob Dylan, na California, foi extremamente criticado num dos famosos festivais da canção, por usar a guitarra elétrica, ícone deste movimento, em seus arranjos musicais.
Sempre gostei muito de rock e meu caminho de vida cruzou com o do Edu, (meu marido) que já era absolutamente fissurado pelo som dos anos 60 e 70. Além disso, morar em São Paulo e ter pais e casa em Adamantina contribuiu para que essa cultura roqueira jamais se perdesse. Nos anos 1990, a bordo de uma Pajero Azul Clara, percorríamos mil e duzentos quilômetros a cada quinze dias, com a criançada. Som na caixa e dá-lhe Castelo Branco. Dava para ouvir a coleção completa dos Beatles, depois, do Pink Floyd, Led Zeppelin e Eric Clapton, Rolling Stones, The Who.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nunca desgostei na nossa querida MPB. Ouço muito e continuo gostando. Mas quando um amigo me apresentou o riff de Smoke on the Water (Deep Purple), eu não acreditei; e quando ouvi – de cabo a rabo – o LP The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, eu achei que ia pirar. Era 1974 e meu lugar preferido era um Simca Chambord, do meu pai, que tinha um som “daqueles”. Eram horas, na garagem, curtindo essas maravilhas musicais.
Nos anos 1990 não faltaram bons shows de rock no Brasil e principalmente em São Paulo. Batemos ponto na primeira edição do Rock’n Rio. Guilherme ainda na barriga. Os vários shows do Paul em São Paulo e Rio de Janeiro (nos dois últimos Guilhermão, Juliana e Victor já com amigos, querendo ficar na fila do gargarejo), Jethro Tull, Rick Wakeman, Yes, Creedence, Eletric Light Orquestra, Supertramp, Queen, Status Quo, Emerson Lake and Palmer, e por aí afora. Época de muito trabalho, mas de muitas oportunidades para ver nossos ídolos de muito perto, e ainda na meia idade.
Hoje, com as novas tecnologias, é muito mais fácil ter acesso aos videoclips, shows e do acervo completo de cada uma das bandas. Sobre as quais continuo lendo, curtindo e fazendo meu backing vocal na On The Road, a banda da família que fazia os réveillons roqueiros do Bar do Diogo.
Peço a Deus que continue me dando olhos e ouvidos, para continuar apreciando e redescobrindo, a cada compasso, as grandes músicas, os grandes músicos e os grandes shows. E como dizemos aqui em casa: que ELE nos proteja e nos livre de todo o mau gosto musical. Afinal os nossos netos já dançam no embalo DOS DEUSES DO ROCK .