Quem pode ser considerado um escritor ou escritora? Uma pergunta simples, mas que carrega consigo diversos sentimentos. Para o Dicionário Aurélio, aa palavra significa, entre outras definições, autor de obras literárias. Sendo assim, a nomenclatura pode ser utilizada por qualquer pessoa que escreve desde um pequeno texto até um grande livro.
Madalena Mendes de Oliveira dos Santos é uma escritora de Flórida Paulista. Apesar de muito tempo não assumir esse posicionamento, guardando consigo as criações literárias, a profissional da área da saúde venceu recentemente um concurso literário, que a despertou para compartilhar seus textos.
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A ligação da floridense com a escrita iniciou ainda na infância. Segundo ela, a motivação veio principalmente de sua mãe, que, mesmo com estudos completados apenas até a quarta série, sempre destacou a importância da educação.
“Tenho na memória a minha mãe ensinando os valores da vida, a importância da escola, o respeito pelo professor, tínhamos que absorver tudo, aproveitar o máximo da escola, surgindo o gosto pela leitura. Ela ensinou também que a natureza é uma grande escola, se você aprender a observá-la terá a respostas para suas dúvidas, principalmente o tempo de espera para cada coisa”.
E Madalena aguardou 55 anos para expor seus textos, até então guardados apenas consigo. “Eu não entendia porque escrevia. Hoje eu tive essa oportunidade. Ia escrevendo e guardando, escrevendo e guardando. Tinha vergonha de mostrar. Eu estudei com a Clelia Coverloni, que fez Letras, estudamos juntos, mas a vida nos separou, cada uma seguiu um rumo, e certa idade começamos a conversar novamente e eu disse para ela que escrevia umas bobeiras. Ela disse que não, que não era bobeira. Tudo que escrevemos tem um significado. Disse também para não descartar e praticar. E aguardei o tempo certo”.
Neste processo de identificação com a escrita, a floridense destaca também o incentivo de um professor, da época em que cursou Magistrado. “Tem também os professores que passaram pela minha vida, como um de literatura que me incentivava muito a leitura de autores brasileiros. Amava a biblioteca, o mundo parece que parava quando estava ali dentro”, recorda.
Hoje atuando na área da saúde, Madalena foi incentivada por uma amiga do trabalho a participar do ‘1º Concurso Literário Seu Rabisco, Sua Poesia’, vencendo a competição. “Não tem um estilo que gosto, geralmente vem uma inspiração e escrevo. Foi muito bom participar deste concurso. Tudo tem seu tempo. Eu viajava nos livros, eu não entendia. E por incentivo de uma amiga de trabalho, que me apresentou o concurso, me identifiquei e entendi a importância da literatura em minha vida”.
Hoje, a escritora não guarda mais seus textos, compartilhando seus sentimentos e criações em uma página no Facebook: Poesias Escondidas. “O nome é bem sugestivo e significativo. É muito bom ver a reciprocidade das pessoas”, conclui.