O baixo entusiasmo do eleitor, causado pela falta de campanhas de ruas mais fervorosas e disputas mais acirradas, além do medo de votar em razão da pandemia de Covid-19, podem aumentar a abstenção no próximo pleito municipal. Tal situação preocupa os candidatos da microrregião de Adamantina, que internamente já debatem ações para incentivar o ato democrático de escolha dos gestores das cidades e representantes nos legislativos.
Na última eleição municipal, em 2016, aproximadamente 25% dos eleitores de Adamantina não foram às urnas, média maior do que a nacional no pleito de dois anos depois – 20,3%. Nas redes sociais, questionamentos sobre a eleição de 15 de novembro são comuns, contrapondo medidas restritivas devido a pandemia do novo coronavírus adotadas pelo poder público.
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O potencial de abstenção vem sendo acompanhado ainda pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que intensificou campanha para população votar daqui a 23 dias. A Justiça Eleitoral de Adamantina também tem garantido a segurança sanitária do pleito, com protocolos rígidos para manter a integridade de mesários e eleitores.
Aliado a Covid-19, o eleitor se demonstra distante do processo eleitoral. Levantamento realizado pelo IMPACTO aponta que cerca de 80% da população de Adamantina desconhece quem são os candidatos a vereador, o que deve potencializar a abstenção em 2020.
Pela primeira vez neste ano, o aplicativo e-Título, poderá ser usado pelos eleitores para justificar a falta em até 60 dias depois da eleição, com objetivo de reduzir aglomerações nas sessões eleitorais onde tradicionalmente isso é feito. Segundo o TSE, a tecnologia de geolocalização impedirá que o eleitor justifique sua ausência estando ele na sua cidade de votação.
“Não comparecer já é pouco custoso, pois a multa para quem deixa de votar e não justifica é de apenas R$ 3,50. Agora, o custo de abstenção está sendo praticamente zerado, já que basta se cadastrar (no aplicativo), justificar o ato e está tudo ok. Então, pode se esperar também um efeito negativo nesse sentido”, disse o cientista político Julian Borba, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, a BBC Brasil. Com informações da BBC Brasil