De repente é final de novembro. Papai Noel e árvores de Natal já estão nas lojas, nossa praça central já começa a ser decorada com enfeites natalinos… e apesar dos pisca-piscas me vem a sensação de não ver luz no final desse túnel de 2020. O ano que não aconteceu. É como se eu ainda estivesse em março, acreditando que a pandemia passaria em 30 ou 40 dias…mas ela não passou. Ao contrário, a segunda onda chegou com força total, lotando hospitais e suas UTIs.
Realmente não foi um ano fácil. Muitas e muitas perdas. Perdas financeiras, de negócios, de oportunidades, de pessoas – perdi amigas, amigos e colegas de trabalho (nem sempre de COVID), parentes muito próximos e dois dos meus cachorros mais queridos – perdas até de confiança. Cada perda, uma dor, um luto e um recomeço buscando a luz que, ao que parece, está demorando demais para surgir.
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Ok, Ok. Vamos olhar por outro lado e por outro ângulo. Diz o ditado: quando Deus fecha uma porta abre uma janela. E normalmente é um janelão. E aí começo a pensar em tudo que fizemos e que ganhamos ao longo desse 2020. No meu caso, ganhei uma neta linda, logo em janeiro, e isso já vale todo o meu ano. Estudei mais, continuei trabalhando e aprendendo a lidar cada vez melhor com a tecnologia. Tive que ser rápida e isso me colocou a frente para lidar com meus alunos e com os jovens da família.
Creio que de uma forma geral, todos tiveram que se reinventar para viver no tal do “novo normal”, que inclui conviver com o virtual/online/remoto, a maior parte do nosso tempo produtivo e de lazer. Isso acelerou e ampliou as possibilidades da Educação a Distância, implementou o aprimoramento de novas plataformas virtuais de aprendizagem, informação e Educação, e ampliou as possibilidades de acesso à informação de qualidade, via veículos confiáveis.
Pela primeira vez foi possível assistir filmes de festivais e peças teatrais, mesmo estando há 600 km (ou mais) de distância do local do acontecimento; conseguimos até visitar, virtualmente, exposições instaladas em grandes museus da Europa e Estados Unidos. Sem contar shows e lives com artistas fantásticos.
Paralelamente a isso, novas oportunidades de negócios e trabalho foram surgindo. E com elas a esperança de que, de certa forma, um dia, passaremos por tudo isso.
Espero enfim, que a “bruxa” que se instalou aqui no planeta durante esse ano, resolva se retirar e não retornar por um longo tempo.
Porém o ser humano e, principalmente nós, brasileiros, não temos paciência. Não fomos feitos para ficar dentro de casa esperando a vacina chegar. Mas nesse caso não há outra solução. Vamos ter que continuar nessa reclusão pelo tempo necessário, até que aqueles que optaram por trabalhar duro e sério em prol da ciência e da humanidade consigam entregar o resultado de seus trabalhos em forma de vacina. E, a partir daí, se ninguém resolver inventar conflitos internacionais usando pólvora, e se tivermos um pouco mais de amor e tolerância com nosso próximo, poderemos, aos poucos, curtir a luz do sol que nos presenteará o final desse túnel. Não perderemos por esperar.