O estado do Amapá sofre com o baixo, ou inexistente, fornecimento de energia desde o dia 3 de novembro e, pelo visto, não é uma situação momentânea. Na terça-feira, 17 de novembro, outro apagão atingiu o Estado, afetando cerca de 90% da população, acesso à energia é produto de luxo? Quais os pontos relevantes dessa história? O que esperar do futuro da energia brasileira?
OS PLANOS B
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É tão surreal a ideia de ficar sem energia para o Sudeste e Sul do Brasil que sucede o não entendimento do que está acontecendo no Amapá, essa falta de energia, não é de 1 dia, são semanas. O plano B adota um rodízio, horas do dia com energia, o resultado? Amapaenses perdendo eletrodomésticos que queimaram com o liga e desliga dessa operação, bem como alimentos.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), é possível o uso de térmicas a diesel, aumentado mais a conta de luz, degradando mais o ecossistema e, não se engane, esse sistema é para todo o Brasil, os reservatórios estão em níveis baixíssimos, no Sudeste está na casa dos 20%, mas caso ocorresse algum apagão no Estado de SP, o Presidente chamaria até o Papa para acudir os bons paulistas!
DE VOLTA A ERA MEDIEVAL!
É comum em brincadeiras de criança, as espadas, guerras, imaginando que são guerreiras medievais no séc. XXI… O Amapá voltou, também, para os tempos medievais, entretanto, sem brincadeira e nenhuma imaginação, 1L de água sendo vendido por 35 reais, a maior tecnologia é a vela para iluminar, uma corda e um balde, para retirar água do poço e hipoclorito de sódio, com a finalidade de “limpar” a água. Toneladas de alimentos são perdidos, sem internet, televisão, rádio… o Estado está desconectado com o Mundo, viajando para o passado sem grandes preocupações por parte da empresa privada de Energia e do Governo Federal.
REVOLTA
Você fica alguns minutos sem energia e já se revolta: “tenho tanto trabalho!”… Reclama da companhia e do preço da conta no final do mês, calma, essa reação é normal. A sociedade dependente do sistema elétrico, o vê como um direito adquirido e irrevogável.
Imagine mais de duas semanas sem o acesso a essa energia? Essa é a revolta que a população do Amapá está sentindo, com protestos, manifestações e lutando para que a voz seja escutada pelos demais Estados e autoridades brasileiras.
Segundo a Polícia Militar, mais de 80 atos de protestos acorreram na semana seguinte ao apagão do dia 3.
A CRISE AUMENTA
A pandemia da Covid evidenciou o frágil sistema que vivemos, falta de recursos à saúde, segurança, alimentação, o comércio fechando as portas… Agora há a Crise Energética, lutar por projetos de energias renováveis, votar em candidatos com essa visão, conversar sobre o que acontece no Amapá hoje, são alguns dos pontos capazes de mudar esse cenário catastrófico.