Após seis anos exercendo o trabalho pastoral e de evangelização junto à comunidade católica de Adamantina, padre Rui Rodrigues da Silva se despede da cidade no início do ano. O religioso foi transferido para a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Dracena.
Antes de estar à frente da Paróquia Santo Antônio, o pacaembuense exercia o sacerdócio em Marília. Padre Rui, que completará 21 anos de ordenação no próximo mês, fez ao IMPACTO avaliação do período que ficou em Adamantina. Confira a entrevista:
IMPACTO: Quem é padre Rui Rodrigues?
Padre Rui: Padre Rui Rodrigues é um pobre pecador que foi chamado por Deus para exercer o sacerdócio ministerial. Quando penso nas maravilhas que Deus tem feito através do meu sacerdócio me vem à mente a segunda carta de São Paulo aos Coríntios que diz que “temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós”. (2Cor. 4,7)
Tenho origens na zona rural e essa experiência de ter morado um tempo num bairro rural tem me ajudado muito na missão.
IMPACTO: Como avalia a experiência do sacerdócio em Adamantina?
Padre Rui: Exercer o meu ministério em Adamantina foi um grande desafio e também uma grande Graça. Desafio pelo fato de ser uma paróquia grande e exigente e uma Graça porque tive o auxílio de pessoas que abraçaram a proposta de pastoral e me ajudam muito na missão. Aqui é uma escola para a pastoral e eu agradeço poder fazer essa experiência que vai me acompanhar pela vida.
IMPACTO: Como foi assumir a Paróquia Santo Antônio em 2014?
Padre Rui: Eu assumi a paróquia no dia 14 de dezembro de 2014, confesso que cheguei um pouco com temor e, sinceramente, tremor. Mas desde que sai de Marília e para cá me dirigi vim rezando e entregando a missão nos braços de Nossa Senhora da Glória e de Santo Antônio; posso testemunhar sem sombras de dúvidas que eles intercederam por mim e me fizeram vencer minhas limitações e fazer um trabalho pastoral (se foi bom ou ruim esse trabalho são os fiéis que devem avaliar).
IMPACTO: Além do trabalho pastoral e de evangelização, a Paróquia teve participação ativa no cotidiano da cidade. Qual a importância da participação do católico na vida do Município?
Padre Rui: Gostaria de responder sobre a importância da participação dos cristãos na sociedade com os ensinamentos do magistério da Igreja, em especial o Papa Francisco na Encíclica “Fratelli Tutti”. “É um grito do Papa em defesa dos pobres. Ele está apelando para que o mundo seja aberto e cheio do amor e que os cristãos devem se envolver neste processo. Não se podem minimizar os problemas das crianças, das pessoas idosas, das mulheres, dos migrantes, dos marginalizados, os problemas ecológicos…” Ou seja, o envolvimento dos cristãos no mundo faz parte da missão da Igreja de Jesus Cristo. Então o que fizemos aqui foi nada mais nada menos que ser Igreja, ser Sal e Luz.
IMPACTO: A Paróquia também assumiu a administração da Clínica PAI. Como analisa essa experiência?
Padre Rui: Um grande testemunho de fé e também uma obra de misericórdia assumida pela paróquia foi a reestruturação da Clínica PAI de Adamantina. Foi uma experiência transcendental, pois percebemos de forma visível a ação de Deus. Não tenho dúvidas que se Jesus chegasse hoje em Adamantina lá seria o primeiro lugar que ele iria visitar.
IMPACTO: Qual a mensagem deixa para a população de Adamantina?
Padre Rui: Gostaria que a população adamantinense continuasse com o coração bondoso que tem. Nunca morei numa cidade que tivessem pessoas tão generosas. Continuem assim, cada vez mais tenham um coração que saiba partilhar.
IMPACTO: O que espera de 2021?
Padre Rui: Agradeço a oportunidade de aprender com vocês, levo a todos no coração e deixo a todos a minha benção paternal. Uma frase que eu gosto e que resume bem meu sentimento nesse momento de partida: “Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. (Antoine de Saint-Exupery, O Pequeno Príncipe)
Espero que 2021 tenhamos mais união, paz e, principalmente, saúde. Que valorizemos mais as famílias e a convivência fraterna entre nós.