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sábado, 5 julho, 2025

Rostos e trajetórias de produtores rurais de Mariápolis são destaques em projeto fotográfico

A pandemia de covid-19 tem muitas faces e fases. E uma das características deste período conturbado foi a necessidade do isolamento, o que impossibilitou a realização de muitas tarefas do dia a dia, atingindo até mesmo a atividade econômica.

São diversas as histórias de profissionais que, de uma hora para outra, ficaram impedidos de prestarem seus serviços, como o caso do fotógrafo Anderson Santos, de Mariápolis. Eventos como casamentos, aniversários e comemorações, ainda proibidos, deram lugar aos trabalhos esporádicos.

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Porém, o momento também foi de criar e se reinventar. Aproveitando os recursos da Lei Aldir Blanc, auxílio emergencial para profissionais ligados a cultura, o fotógrafo mariapolense tirou do papel um projeto que relembra sua trajetória de vida.

Ele começou a registrar o cotidiano dos produtores rurais de Mariápolis. Em cada série de fotos, a história dos agricultores e pecuaristas em diferentes contextos era transmitida pelo olhar único do jovem fotógrafo, de 26 anos.

“Sempre tive muito contato com as pessoas do campo, já trabalhei colhendo tomate e batata doce, além de algodão com o meu pai. Também fui estagiário no almoxarifado da Prefeitura, quando houve contato com os produtores da cidade e conheci o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Desde então, sempre tive vontade de realizar algum projeto com essas pessoas, e mostrar um pouquinho da realidade deles”, pontua o profissional que é publicitário de formação.

Durante cerca de 70 dias, ele visitou 10 propriedades rurais, entrevistando e documentando as rotinas dos lugares, com suas individualidades, dificuldades e méritos. “Coletei um pouco da história de pessoas especiais que não poderiam deixar de ser mostradas”, ressalta. “Gostaria de trazer visibilidade para a contribuição da agricultura e suas tradições para o Munícipio. Além de promover, é claro, o reconhecimento dessa área, que muitas vezes passa despercebida aos olhos da sociedade”.

Apesar da intenção de expandir o projeto para a região, a Lei Aldir Blanc especificou a ação para os produtores da localidade em que o fotógrafo reside.

“Cada pessoa tem um jeito de trabalhar. Podem plantar a mesma variedade, mas o caminho é o que os tornam especiais. Nem todos vieram de uma geração anterior, algo que passou de pai para filho, alguns começaram isso do zero, com um pouco de conhecimento e boa vontade de trabalhar com a terra. E outros mantêm a tradição e carregam a esperança de dias melhores”.

As publicações podem ser conferidas no Instagram: @agrotradicoes. “Durante as entrevistas fica nítido o amor dessas pessoas pelo que fazem, todos muito humildes, fizeram questão de me explicar toda a rotina, e foi isso que tentei passar através do projeto. Fiquei muito feliz com a repercussão, pessoas que se identificaram com as histórias, com os rostos.  Fico feliz de ter sido eu o escolhido, de ser abençoado com esse talento de fotografar e de poder executar esse projeto. É tão admirável ver a participação das mulheres, e dos mais jovens, continuando as tradições e melhorando a qualidade de vida das pessoas da cidade e da sua própria vida”, finaliza Anderson Santos.

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